As discussões teológicas a respeito da Bíblia Sagrada e de determinadas linhas de interpretação e doutrina podem, num primeiro momento, parecer entediantes e/ou distantes da realidade prática e do cotidiano dos fiéis.
No entanto, a maioria dessas discussões refere-se a questões que interferem diretamente na vida dos crentes, seja de forma concreta, com doutrinas e outros dogmas religiosos, seja de forma abstrata, agindo em áreas de sentimento e fé.
O reverendo Caio Fábio, em seu web programa Papa de Graça, discorreu sobre um tema ligado a esse assunto e afirmou que “Jesus é a chave hermenêutica, interpretativa da Bíblia”.
Caio tem uma tese já conhecida de que há incoerências na Bíblia, que foram criadas a partir do Evangelho, com a conduta e ensinamentos de Jesus, que ao morrer na cruz e estabelecer o tempo da graça, tornou diversos ditos da Bíblia em desuso.
Respondendo à pergunta de uma das suas telespectadoras, que se queixava de não conseguir se aproximar do Jesus que ao mesmo tempo é amoroso e misericordioso, é também a expressão de um Deus punitivo.
O reverendo questionou qual seria o Jesus a quem ela estava se referindo, e iniciou seu ataque aos muitos teólogos que insistem em dizer que toda a Bíblia é coerente com a mensagem do Evangelho e que os conceitos do Velho Testamento podem ser aplicados nesse tempo de graça.
“Não dá pra ser de Jesus e obedecer a Bíblia toda. Quem quiser ser só de Jesus vai ter que esquecer um monte de coisas da Bíblia, que morreram na cruz, pelas quais Jesus morreu. Quem entender, entendeu. Quem não entender, venha consolar essa alma aqui, venha cuidar pastoralmente dessa alma aqui. Teologuitos da torre de marfim, é melhor vocês sentarem nas suas bengalas e se empalarem, seus idiotados, porque a alma humana tá sofrendo é dessa agonia, dessa mentira, que ensinam pras pessoas que é possível ser crente na Bíblia inteira, e também em Jesus. Não!”, esbravejou Caio Fábio, explicando sua visão a respeito do tema.
Segundo Caio Fábio, quem se converte a Cristo, está optando pela mensagem de salvação pregada por Jesus e confirmada por ele quando o véu foi rasgado, simbolizando o rompimento com a lei.
“Quem abraçou o Evangelho, fez uma escolha radical, deixou pra trás um monte de coisas que já não cabem no odre novo do vinho novo. Morreram, entraram em caducidade. Jesus é tudo, ele é a expressão exata do ser de Deus, nele tudo subsiste. Ele e neles coabitam corporalmente toda plenitude da divindade, nele estão todos os tesouros da sabedoria e do conhecimento. É só de Jesus que você precisa. Blasfemo é o que diga outra coisa. Esse blasfema contra o absoluto, esse troca o verbo encarnado por textos escritos por escribas. Os textos dos escribas eu examino,quando eles dão testemunho de Jesus e da vida eterna, e quando eles mantém a coerência com o que o Cristo de Deus encarnou e ensinou. O que já não mantém a coerência, ficou pra trás, virou história. E eu sigo com o ressuscitado, em nome de Jesus. E bem-aventurado é todo aquele que assim fizer”, finalizou.
Assista:
Por Tiago Chagas, para o Gospel+