Um agricultor palestino descobriu a cabeça de uma estátua de Anate de 4.500 anos, um ídolo dos cananeus, um povo antigo que Deus ordenou que os israelitas expulsassem da Terra Prometida por quebrar Seus mandamentos e adorar falsos deuses.
A estátua de calcário tem cerca de 20 centímetros de altura e tem esculpida na cabeça um rosto usando uma serpente como coroa. Anate era um ídolo dos cananeus, um grupo de pessoas que Deus ordenou que fossem expulsos de Israel no Antigo Testamento.
O Ministério do Turismo e Antiguidades, administrado pelo Hamas, anunciou a descoberta durante uma entrevista coletiva em Gaza na terça-feira da última semana, 26 de abril. Jamal Abu Rida, diretor-geral de Antiguidades e Patrimônio Cultural do ministério, estimou que a estátua remonta a 2.500 a. C.
“Anate era a deusa do amor, da beleza e da guerra na mitologia cananéia”, disse Abu Rida, que argumentou que a estátua representa um argumento político para os palestinos, afirmando que sua “presença” refuta a afirmação os judeus “de que a terra da Palestina é uma terra sem povo para um povo sem terra”.
Ele também sustentou que o agricultor que fez a descoberta, Nidal Abu Eid, encontrou o artefato na segunda-feira na cidade al-Qarara de Khan Younis: “Encontrei-o por acaso quando estava a cultivar a minha terra. Estava enlameado, mas quando o lavei com água, percebi que era uma coisa preciosa, disse Abu Eid ao jornal The New Arab.
O agricultor inicialmente considerou vender a estátua da deusa, mas mudou de ideia quando um arqueólogo o informou de seu “grande valor arqueológico”: “Estou muito orgulhoso de que nossa terra ainda tenha grandes valores arqueológicos”, declarou Abu Eid.
“Significa que esta terra é nossa e temos uma civilização e história de milhares de anos a. C. desde os tempos cananeus”, acrescentou, segundo informações do portal The Christian Post.
A BBC relatou que a estátua de Anate está em exibição em um dos poucos museus de Gaza em Qasr al-Basha, área também controlada pelo Hamas, um grupo terrorista militar que assumiu o controle de Gaza depois que Israel se retirou dela em 2005.
Achados arqueológicos em Gaza não foram bem tratados no passado devido ao desenvolvimento da terra pelo grupo. Conforme noticiado pelo portal The Times of Israel em 2017, o Hamas destruiu os restos da cidade cananéia de Tel es-Sakan para construir casas e bases militares.
Na época, Jamal Abu Rida disse que a destruição da cidade cananéia era “desastrosa para a arqueologia e o patrimônio cultural da Palestina”.
Contexto bíblico
De acordo com o Bible Project, os cananeus ocuparam Israel, a terra que Deus havia prometido a Abraão. Eles eram descendentes de Canaã, neto de Noé, que foi amaldiçoado pelo pecado de seu pai contra Noé em Gênesis 9:20-25.
Os cananeus enfureceram o Senhor adorando ídolos e sacrificando crianças a seus falsos deuses. Essas ações violam o primeiro e o segundo dos Dez Mandamentos entregues por Deus a Moisés, que declaram:
“Não terás outros deuses diante de mim”;
“Não farás para ti imagem de escultura, nem semelhança alguma do que há em cima nos céus, ou debaixo da terra, ou que está nas águas debaixo da terra”.
Depois que Moisés liderou o povo hebreu para fora do Egito, Josué assumiu a liderança. Deus confiou a Josué o papel de levar Seu povo a Canaã e retomar a terra de Israel.
Deus diz aos israelitas em Deuteronômio 9:5 que “não é por causa de sua justiça ou de sua integridade que você vai tomar posse da terra deles; mas por causa da maldade dessas nações, o Senhor teu Deus as expulsará de diante de ti, para cumprir o que jurou a teus pais, Abraão, Isaque e Jacó”.
Ele também advertiu os israelitas a não se deixarem influenciar pelos cananeus e pela cultura que endossava suas práticas. Em vez disso, eles deveriam purificar a terra de tal maldade e cumprir a promessa de Deus em Gênesis 12 de fazer de Abraão e seus descendentes uma “grande nação”.