O cantor pernambucano Johnny Hooker – que se tornou nacionalmente conhecido por chamar Jesus de travesti – manifestou seu apoio à candidatura de Fernando Haddad (PT) no segundo turno das eleições. O petista também recebeu apoio de entidades religiosas que representam muçulmanos, judeus e cristãos progressistas.
“Esse é meu candidato para presidente. Fernando Haddad. Um professor. Um humanista. Um democrata. Ficha limpa. Um pacifista. Bacharel em Direito, Mestre em Economia, doutor em Filosofia”, afirmou Johnny Hooker em suas redes sociais, acrescentando que o eleitorado tem “3 semanas para escolher entre a DEMOCRACIA e um candidato anti-democrático e autoritário”.
Haddad – que tem ascendência libanesa – também recebeu apoio de um grupo de religiosos ligados ao islamismo, judaísmo e à ala progressista do evangelicalismo. Os militantes de esquerda dessas religiões lançaram um manifesto “inter-religioso contra a barbárie”.
Segundo informações do jornal Folha de S. Paulo, o documento é assinado por grupos como Frente Evangélica pelo Estado de Direito (que conta com o pastor Ariovaldo Ramos em suas fileiras), Judeus Contra Bolsonaro e representantes da mesquita Sumayyah Bint Khayyat (SP). “Somos parte das três religiões monoteístas do mundo. Acreditamos em um Deus de bondade e de amor. Um Deus que ama todas suas criaturas, não importa sua cor ou seu gênero”, diz o manifesto pró-Haddad.
“Toda vez que a fé foi utilizada para promover a paz, tivemos progresso e convivência pacífica entre os seres humanos. Mas quando utilizaram dela para promover o ódio, tivemos os piores períodos da nossa história”, acrescentam os entusiastas da candidatura petista.
Na sequência, o documento faz uma referência ao “Deus único”, levando os evangélicos que o subscrevem a negarem, de forma indireta, a Trindade, em nome do combate a um suposto “obscurantismo”.
“Possa Nosso Deus único nos proteger, permitindo que o bem vença o mal, o amor e a compaixão vençam o ódio que foi semeado no coração de cidadãos brasileiros e que nos ajude fazendo com que todos retornem a consciência da palavra de Deus, em suas ações!”, pontua o manifesto.
Enquanto isso, o Datafolha aponta que Bolsonaro só cresce entre evangélicos, com grande índice de aceitação inclusive entre fiéis de denominações históricas, como Batista, Presbiteriana e Metodista. O primeiro levantamento sobre intenção de votos para o segundo turno mostrou que o capitão do Exército soma 60% da preferência evangélica, contra 25% de Haddad.