Henrique Prata é um empresário pecuarista que dirige o Hospital de Amor (antigo Hospital do Câncer de Barretos) e que vem sendo sondado por Jair Bolsonaro (PSL) para ocupar o Ministério da Saúde caso seja eleito presidente da República.
Numa entrevista recente, Prata declarou que tem fé que Deus o ajudará a virar o sistema de saúde pública do país “do avesso”.
O Hospital de Amor é uma das entidades de saúde com melhor gestão de recursos e avaliação entre os pacientes e especialistas. Na entrevista ao jornal Valor Econômico, o empresário afirmou que aceita o convite de Bolsonaro pois vem sendo “preparado por Deus” para transformar a “história nojenta da saúde pública”.
“Se Deus permitir que eu ponha a mão nisso [ministério], eu viro do avesso. Não vai sobrar pedra sobre pedra. Não é tirar sujeira debaixo do tapete, é virar do avesso, é mostrar a raiz”, diz Prata sobre sua intenção de acabar com a corrupção que suga boa parte dos recursos investidos na área.
Prata tem patrimônio superior a R$ 260 milhões e dirige o Hospital de Amor – que presta atendimento gratuito – como uma espécie de missão pessoal. Ao longo dos últimos 30 anos, ele transformou a instituição em referência mundial na pesquisa e tratamento do câncer, com equipamentos de ponta e médicos especializados nas melhores instituições de formação do planeta.
O empresário multimilionário não tem filiação partidária e nunca participou de nenhum governo, mas revelou sentir vontade de trabalhar com Bolsonaro – de quem se tornou amigo ao longo dos últimos anos – depois que o capitão do Exército afirmou que pretende montar uma equipe só com técnicos nas áreas estratégicas.
“Se fizer conchavo político, nada muda. Ele [Bolsonaro] não vai cometer esse erro. Eu já era eleitor dele e quando ele falou dos critérios técnicos, ganhou de cara a minha simpatia. Ele tem uma visão honesta. Aceitei a ideia de ser ministro. Só Bolsonaro, que não tem rabo preso com partidos, terá coragem de mudar”, comentou Prata.
Na visão do empresário, as diretrizes “politiqueiras” adotadas pelos últimos governos prejudicaram a área da saúde. “O pior de tudo é a desonestidade que existe na saúde”, lamentou, citando as mudanças que conseguiu implementar no Hospital de Amor e que reduziram em 30% as mortes em UTI. “Antes não tinha intensivista, não tinha médico atendendo na UTI. Em dois anos transformei a água em vinho, só sendo honesto. Metade das pessoas que morrem é por algum tipo de desonestidade [no atendimento]”, compartilhou.
Dedicado à missão de ajudar pessoas no combate ao câncer, Henrique Prata contou que construiu uma boa relação com políticos de diferentes partidos, mas que não se dobrou a nenhuma cartilha: “O único livro que leio todos os dias é a Bíblia”.
No momento, Prata garante que está apenas dedicado a “acertar sua vida pessoal”, transformando seus bens construídos com trabalho desde os 11 anos de idade, em uma espécie de “holding familiar”, com seus três filhos como sócios.
“Deus está me preparando para virar essa história nojenta do país, da corrupção na saúde pública. Hoje a saúde pública é muito desonesta, porque quanto pior, melhor para o setor privado”, finalizou.