Um casal de missionários cristãos atuando no Haiti foi assassinado por uma gangue. O país vive uma crise sem precedentes com a disputa por domínio territorial entre diferentes grupos criminosos.
O jovem casal de missionários Davy e Natalie Lloyd foi assassinado na última quinta-feira, 23 de maio. A morte foi anunciada pela organização Mission in Haiti, liderada pela família de Davy. O deputado estadual do Missouri, Ben Baker, pai de Natalie, lamentou a morte da filha e do genro.
“Por favor, ore por minha família, precisamos desesperadamente de força. E, por favor, ore pela família Lloyd também. Não tenho outras palavras por enquanto”, declarou o parlamentar nas redes sociais na última sexta.
Davy e Natalie estavam casados desde 2022 e embarcaram juntos no ministério missionário que atua no Haiti há mais de 20 anos. Devido à extensa crise econômica e política, toda ação missionária no país acaba envolvendo também um trabalho de apoio humanitário.
Essa crise resultou na disputa por território entre gangues, que muitas vezes sequestram estrangeiros, como no caso dos missionários que foram libertados após dois meses em cativeiro em 2021.
“Esta noite, quando Davy, Natalie e as crianças estavam saindo da Juventude na igreja, eles foram emboscados por uma gangue de três caminhões cheios de homens. Davy foi levado para casa amarrado e [foi] espancado. A gangue então pegou nossos caminhões, carregou com tudo o que queria e foi embora”, descreveu a entidade missionária na quinta-feira.
Três horas depois, a entidade usou a página no Facebook para informar que Davy e Natalie “foram baleados e mortos pela gangue por volta das 21h de quinta-feira”.
Antes da tragédia, a Missions In Haiti fez publicações no Facebook narrando a crescente situação de caos vivida no país: “As gangues ainda estão lutando por mais controle […] Parece que o mundo virou as costas ao Haiti e o país ficará sob controle total das gangues”, dizia um post da entidade em 23 de abril.
A Casa Branca expressou condolências pela morte do casal de missionários americanos e cobrou o envio rápido de força policial internacional aprovada pelo Conselho de Segurança da ONU para a região: “Estamos cientes dos relatos de mortes de cidadãos americanos no Haiti. Nossos corações estão com as famílias dos mortos enquanto eles vivenciam uma dor inimaginável”, disse um porta-voz à CNN.