A Secretaria da Educação do estado de São Paulo anunciou sua decisão sobre o caso da professora História Roseli Tadeu Tavares Santana, que havia sido denunciada pelo pai de um aluno por, segundo ele, utilizar parte de seu horário de aula para realizar pregações evangélicas aos alunos.
O caso aconteceu na Escola Estadual Antônio Caputo, no Riacho Grande, em São Bernardo, e a Secretaria arquivou o processo, afirmando que não encontrou indícios de que tal prática realmente acontecia.
De acordo com o coordenador da Apeoesp (o sindicato dos professores) em São Bernardo, Aldo Santos, a professora seguia o planejamento pedagógico. “Ela abordava justamente o conflito de religiões em apostilas enviadas pelo governo do Estado”, explicou. Porém a declaração de Santos não satisfez o aposentado Sebastião da Silveira, praticante do candomblé e pai do menino de 15 anos que passa por tratamento psicológico após ser vítima de bullying religioso na escola. Prática que, segundo ele, seria resultado da pregação de Roseli.
Afirmando que a secretaria agiu de modo diferente em um caso posterior, afastando a diretora de uma escola de Itapecerica da Serra que fazia os alunos orarem antes das aulas, Silveira protestou: “Eles [diretores da escola] subestimaram a minha inteligência”, disse. “Sempre tentaram fazer a defesa dela (Roseli), mas alguém vai ter de se responsabilizar por tudo o que meu filho sofreu”.
Não foi apenas o pai do adolescente que se manifestou contra a decisão. A presidente da Afecab (Associação Federativa da Cultura Afro-Brasileiros), Maria Emília Campi, afirmou estar abismada com a decisão da secretaria e disse o corporativismo prevaleceu no caso.
Damaris Moura, presidente da Comissão de Liberdade Religiosa da OAB, também lamentou a decisão da secretaria. Ela afirma que o caso, classificado por ela como intolerância da professora e bullying dos colegas, deveria ser usado pela secretaria como exemplo em uma discussão, nas escolas, que a liberdade religiosa tem de ser respeitada.
De acordo com o Diário do Grande ABC, a Vara da Infância e Juventude do Ministério Público da cidade estava aguardando o término da apuração da secretaria para decidir se abre um processo judicial contra a professora, e deve anunciar a sua decisão na próxima semana.
Fonte: Gospel+