O deputado federal Cezinha de Madureira (PSD-SP), presidente da Frente Parlamentar Evangélica, avaliou que há um certo preconceito na grande mídia contra o jurista escolhido pelo presidente Jair Bolsonaro por conta de sua declaração pública de fé.
O ministro Marco Aurélio Mello se aposenta nesta segunda-feira, 12 de julho, do Supremo Tribunal Federal, e o presidente Bolsonaro já confirmou que indicará o pastor André Mendonça para a vaga, o primeiro evangélico na Corte.
“Quando se trata de um evangélico, vem uma resistência aí pelo tipo de narrativa que se foi colocado. Às vezes, é até pejorativo quando alguém fala assim: ‘Ah, mas por que tem de ser evangélico?’. Mas qual o problema de ser evangélico? Evangélico é brasileiro como qualquer outro”, avaliou o deputado.
Segundo Cezinha de Madureira, o único fator diferente na indicação de André Mendonça é a fé: “A diferença é que tem uma crença em Deus, acredita em Jesus Cristo e na salvação. O presidente Jair Bolsonaro enxergou isso. Ele, sendo um homem conservador, de direita, enxergou que é necessária uma representação, não para defender ideologias, mas sim a certeza de que esse grupo está representado na Suprema Corte”.
“O evangélico é conservador. Você pega hoje o STF, independentemente de ter ali, acho você tem dois judeus, oito católicos, todos seguem a Constituição, assim como todo brasileiro segue a Constituição. O Senado deve referendar qualquer nome que o presidente indicar. Essa caneta é exclusiva do presidente, a Constituição lhe dá esse direito e eu acredito que ninguém tem esse direito de pressionar o presidente da República”, acrescentou o deputado.
Dentre os onze ministros que atualmente compõem o STF, oito são católicos: Alexandre de Moraes, Cármen Lúcia, Dias Toffoli, Edson Fachin, Gilmar Mendes, Kassio Nunes Marques, Marco Aurélio Mello e Ricardo Lewandowski; dois são judeus: Luís Roberto Barroso e Luiz Fux; e a ministra Rosa Weber não revela sua religião, mas não é evangélica.
Lealdade
Na entrevista à revista Veja, Cezinha de Madureira afirmou que os líderes evangélicos se esforçam para se relacionar bem com os governos por um princípio bíblico: “A relação sempre foi muito boa com qualquer governo, até porque o evangélico traz paz, salvação, luz onde há trevas”, explicou.
O deputado ligado à Assembleia de Deus Ministério de Madureira também afirmou que o apoio do segmento evangélico ao presidente Jair Bolsonaro se explica por seu posicionamento: “A esmagadora maioria dos evangélicos possui pensamentos de centro-direita. É óbvio, é notório que, quando você encontra um presidente que acorda falando em Deus, vai dormir falando em Deus, e coloca Deus acima de tudo, ele alegra esse eleitorado.
“E essa questão de falarem que ‘a igreja está dividida’, não tá nada. […] Estou no PSD. O PSD é independente no Congresso, mas eu sou parte do governo federal. Faço parte do governo. Ajudo o governo, voto pelo governo e faço votos de que o governo dê certo e se reeleja. Sou fiel soldado do governo, do povo brasileiro”, contextualizou o parlamentar ao final da entrevista.