O presidente Gabriel Boric, do Chile, deu sinais de que deverá ignorar o resultado de um plebiscito popular que rejeitou a instalação de uma nova Constituição no país, onde entre as novas medidas propostas estava a liberação do aborto.
Os chilenos rejeitaram por maioria (62% a 32%) a proposta da nova Constituição no começo de setembro passado, impondo assim uma derrota ao governo esquerdista de Boric. Agora derrotado, porém, ele deseja ignorar a vontade popular para fazer passar um projeto de lei pró-aborto via Congresso.
“Já começaram as conversas com grupos de organizações de mulheres, ginecologistas, associações profissionais e também com movimentos feministas, para discutir o compromisso do governo com o avanço sexual e direitos reprodutivos”, declarou a Ministra da Mulher, Antonia Orellana, segundo a CNN chilena.
O aborto é uma das principais pautas defendidas pela esquerda no mundo inteiro. A prática que consiste em retirar a vida do bebê no útero materno, matando-o, é suavizada nos discursos políticos como algo que diz respeito a “direitos reprodutivos” e “questões de saúde”.
No Brasil, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que disputará o segundo turno das eleições para a Presidência da República contra o atual presidente Jair Messias Bolsonaro, também já se manifestou favorável à legalização do aborto como uma suposta “questão de saúde”.
Resistência
Para o deputado Cristóbal Urruticoechea, do Partido Republicano, Boric deverá ter dificuldades para conseguir ignorar a vontade popular, aprovando a liberação do aborto via Congresso.
Para o parlamentar, o aborto “constitui uma forma de homicídio, pois implica a eliminação de um ser humano fraco e por definição inocente ainda no ventre de sua mãe a quem foi confiado”.
Assim como os contrários ao aborto aqui no Brasil, Cristóbal também argumenta que “há várias maneiras de salvar a vida que é gerada dentro do útero de uma mulher que foi estuprada”, por exemplo, como a colocação do bebê para adoção.
Por meio das redes sociais, o comentarista político Rodrigo Constantino reagiu à manobra de Boric no Chile, lembrando que se a esquerda voltar ao poder no Brasil, o cenário poderá ser igual.
“O governo do comunista Gabriel Boric, que Lula apoia, enviará um projeto de lei ao Congresso para permitir o assassinato de bebês gratuito sem fundamento no Chile.
Você quer isso para o Brasil?”, questionou o jornalista.