O cientista e pesquisador Adauto Lourenço é um cristão que defende a doutrina criacionista como um relato científico apresentada de maneira coloquial. Em uma entrevista, ele associa a narrativa de Gênesis sobre a criação de Eva e diz que não há nada de mitológico no texto.
No vídeo, gravado em 2013 – e que voltou à tona nas redes sociais recentemente -, Lourenço pontua trechos das passagens de Gênesis sobre o momento em que Deus decide que Adão não deveria ficar só e resolve fazer Eva de sua costela.
“Bonito é quando Deus trabalha na criação da mulher, a descrição… Diz assim: ‘Deus fez cair pesado sono sobre o homem ele adormeceu; Deus retira uma das suas costelas; Dessa costela que Deus havia retirado do homem, Ele a transforma em uma mulher e traz a ele [Adão]’. E as pessoas olham para isso e questionam: ‘Rapaz, você não acredita nisso, né?’. Mas por que eu não iria acreditar?”, questiona.
Pontuando os momentos-chave do relato bíblico, Lourenço destaca as relações com a ciência/medicina moderna: “Olha que interessante: ‘Deus faz cair pesado sono sobre o homem e ele adormeceu’. Isso é anestesia geral. Daí diz que ‘Deus retira uma de suas costelas’. Mas porque na costela? É onde tem medula óssea vermelha e você encontra células tronco. Se você vai clonar alguém, é dali que você vai retirar o material para a clonagem. [O texto] diz que Deus fecha o lugar com carne. Cirurgia plástica. É o que a gente faz para não ter nenhum defeito. Daí diz que Deus transforma aquela costela numa mulher. Isso é engenharia genética e clonagem. Todas essas áreas nós trabalhamos, são áreas da ciência. Só porque Deus não usou linguajar técnico, significa que não é científico?”, questionou.
Assista:
Criação
Em 2012, durante uma palestra sobre criacionismo, no auditório da Universidade Presbiteriana Mackenzie, Lourenço pontuou que os detalhes que permitem a vida na Terra não podem ser resultado de felizes coincidências.
“Se [a Terra] fosse um pouco mais próxima do sol, a vida não existiria; um pouco mais distante do sol, a vida não existiria; girando um pouco mais rápido, a vida não existiria; girando um pouco mais devagar, a vida não existiria; se um pouco da proporção dos gases na atmosfera fosse mudada, a vida não existiria, e algumas poucas características dos solos fossem mudadas, a vida também não existiria. São vários fatores, praticamente todos eles, relacionados diretamente com a questão da existência da vida”, disse o cientista, antes de concluir: “Quando nós temos um número grande de coincidências, a probabilidade de elas terem ocorrido simultaneamente, por meio de processos naturais, é muito pequena”.