A passagem do apóstolo Ezequiel Teixeira (PMB-RJ) pela Secretaria de Assistência Social e Direitos Humanos do Rio de Janeiro foi curtíssima. Pouco mais de dois meses depois de ter sido nomeado pelo governador Luiz Fernando Pezão (PMDB), ele foi demitido.
A nomeação de Teixeira para o cargo fez parte de uma manobra política de Pezão para reconduzir o deputado federal Leonardo Picciani (PMDB-RJ) à liderança do partido na Câmara dos Deputados, e assim, fortalecer a defesa de Dilma Rousseff (PT) no processo de impeachment.
Agora que Picciani foi reeleito, com voto do suplente de Teixeira, Átila Alexandre (PMDB-RJ), Pezão demitiu o apóstolo do cargo de secretário, permitindo sua volta à Câmara. Nesse caso, Átila volta a ocupar seu posto de vereador no Rio.
O pastor Silas Malafaia, ferrenho opositor do governo Dilma Rousseff, comentou o caso e classificou a postura do apóstolo como equivocada, embora reconheça que as negociações políticas sejam um direito do parlamentar.
“Eu falei que ele estava indo por um acordo político para favorecer o governo contra o impeachment da Dilma, numa guerra política no PMDB pela liderança. Ele foi puxado para ser secretário porque o suplente dele, o Átila – que é vereador no Rio – ia assumir o cargo dele, pelo PMDB. Então ele fez o acordo, para ser secretário, para favorecer [o governo Dilma]”, pontuou Malafaia.
Segundo ele, a indignação que ele tem contra o governo petista o impulsionou para denunciar a manobra protagonizada por Pezão e Teixeira em favor de Dilma: “Eu poderia ter ficado calado nisso, é bem verdade. Eu sou amigo de Ezequiel há mais de 30 anos, mas eu estava tão indignado pela perseguição que esse governo vem fazendo comigo, que ao ver Ezequiel favorecer esses caras, contra o impeachment de Dilma, eu fiquei doido e acabei falando”.
Para Malafaia, a postura do líder evangélico não foi correta: “[Foi] um erro. Não estou negando aqui que, Ezequiel, como deputado, possa negociar politicamente. Eu não tenho nada com isso. A minha questão aqui não é essa não, é um direito dele. Só não venham negar a verdade.
Por fim, o líder da Assembleia de Deus Vitória em Cristo se queixou do motivo usado por Pezão para demitir Teixeira: “Exonerar o Ezequiel da maneira que foi exonerado [foi um erro do governador]. Aí não. Pega leve, vamos devagar que aqui não tem idiota. Quer dizer então que ninguém pode fazer nenhuma crítica, ou levantar nenhuma tese sobre a prática homossexual? É um comportamento. Me diz aí qual é a área da ciência que prova que o cara nasce gay, ou que existe uma natureza homossexual? Que papo é esse? Constituição, artigo 5º: ‘ninguém pode ser cerceado por convicções políticas, religiosas e filosóficas’. Que conversa é essa? E quem plantou na imprensa a conversa de cura gay foram os ativistas gays por ocasião daquela demanda do Conselho de Psicologia”, pontuou Malafaia.
Assista:
Indenização
A negociata política para favorecer o governo Dilma poderá sair cara para o apóstolo, que poderá ter que pagar uma indenização de R$ 1 milhão, se a Justiça o entender culpado no processo movido pela Defensoria Pública do Rio de Janeiro, que o acusa de danos morais coletivos gerado por “humilhação pública” da comunidade LGBT na ocasião de uma entrevista ao jornal O Globo, onde afirmou crer no que se convencionou chamar de “cura gay”.
“A perseguição contra a Igreja e os evangélicos não chega ao fim no Rio de Janeiro. Agora, a Defensoria Pública no estado me processa e pede indenização de R$ 1 milhão. A rápida atuação do órgão estadual é consequência da perseguição religiosa. Quem nunca precisou do rápido empenho da Defensoria e ficou meses aguardando? Quantas pessoas morrem nas filas dos hospitais e a Defensoria nada faz? Confio no Poder Judiciário e, principalmente na justiça divina. Deus abençoe a nossa Nação!”, comentou Teixeira em sua página no Facebook.