O renomado pastor e escritor Tim Keller tocou em um dos pontos delicados da vivência cristã, que é a responsabilidade do julgamento. Ele destacou o assunto quando tratado pelos líderes, especificamente os pregadores, dizendo que muitos se preocupam mais em “condenar pessoas” ao invés de amá-las.
Keller falou durante o programa TBN, de Mike Huckabee, comendando sobre o lançamento do seu novo livro, onde citou a história de Jonas para ilustrar como algumas pessoas pregam a Palavra, mas sem amor pelos ouvintes.
“Jonas foi para a cidade e pregou, mas não amava a cidade”, disse o pastor, ressaltando a reação de Deus em seguida, ao expor a contradição de Jonas: “Isso não foi bom o suficiente para Deus, porque no final, ele diz a Jonas: como você pode não amar uma cidade com 120 mil pessoas que não me conhecem?”, disse ele.
Para Keller, todo julgamento deve ser fruto do amor que temos pelo próximo, refletindo o desejo que devemos ter por sua transformação de vida e não meramente por sua condenação. “Se você pregar o julgamento sem lágrimas, não terá o Espírito de Jesus”, explica o pastor, que também citou as palavras de Jesus sobre Jerusalém como exemplo de julgamento e compaixão.
“Porque quando Jesus olhou para Jerusalém, e ele soube na época que era uma cidade que iria se levantar e esmagá-lo, mas Ele olha para Jerusalém e diz: ‘Jerusalém, Jerusalém, se você soubesse as coisas que dizem respeito a você, mas agora elas estão escondidas de seus olhos. Eu gostaria de te levar sob minhas asas, do jeito que uma galinha leva seus filhotes sob suas asas’. É incrível a compaixão, mesmo que Ele esteja pregando o julgamento”, conclui o pastor.
Assim, Tim Keller enfatiza que apesar de podermos fazer certos julgamentos, esse não é o propósito de Deus. Não devemos enxergar essa possibilidade como um privilégio, mas como uma tarefa difícil e sempre acompanhada de compaixão.
“Deus julga porque Ele é justo, mas não é algo que Ele gosta. Não devemos desfrutar da possibilidade de condenar as pessoas”, diz o pastor, segundo o Christian Post, revelando que essa postura é “uma das tragédias da igreja moderna”.