O presidente Jair Bolsonaro (PSL) tem se rodeado de pastores em seu governo. Tratados como conselheiros, os principais nomes – mas não únicos – são Silas Malafaia e Marco Feliciano (PODE-SP).
A relação com esses dois líderes pentecostais remonta, respectivamente a 2011 (quando Malafaia lutava contra o famigerado PL 122) e 2013 (quando Feliciano, eleito presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias, enfrentou os partidos de esquerda e toda a militância LGBT).
“Malafaia teve papel importante na campanha, ajudando a aproximar o então presidenciável de líderes evangélicos, entre eles um pastor que fez uma oração na casa de Bolsonaro assim que ele foi eleito, mas acabou alijado de seu governo: o ex-senador Magno Malta (PR-ES)”, analisou a jornalista da Folha de S. Paulo, Anna Virginia Balloussier.
Feliciano lembra que a figura que Bolsonaro se tornou nasceu durante sua maior tormenta pessoal na política: “Ali, na Comissão [de Direitos Humanos e Minorias], nasce Bolsonaro como é hoje. Ele não era uma figura levada muito a sério no Congresso até então”, comentou o pastor.
No entanto, embora essas duas figuras sejam mais mais conhecidas do grande público e imprensa, não são as únicas a serem consideradas próximas do presidente. O pastor Josué Valandro Jr., da Igreja Batista Atitude, passou a orbitar o círculo mais próximo de Bolsonaro. O mesmo com o pastor Pedro Correia, que celebrou o casamento de Eduardo Bolsonaro (PSL-SP).
Valandro Jr. é pastor da primeira-dama Michelle Bolsonaro e vem sendo tratado como uma espécie de “pastor do presidente”, já que a proximidade levou o casal presidencial a incluir o pastor e sua esposa, Bianca, em sua rotina de família. Volta e meia o presidente comparece aos cultos acompanhando a esposa.
Já o pastor Pedro Correia, conhecido como Pedrão, passou a ser parte desse time de conselheiros depois que a ex-mulher de Bolsonaro, Rogéria, mãe de Flávio, Carlos, Eduardo e Renan, a convidou para celebrar o casamento do terceiro nessa lista.
“A Rogéria Bolsonaro estava procurando uma igreja pros filhos. Parou aqui na nossa”, contou Pedrão à Folha. “Até então não tinha nenhum vínculo com os meninos, não eram meus ‘brothers’”, acrescentou o pastor que revelou que Eduardo e sua esposa, a psicóloga Heloísa Wolf, já compareceu à sua igreja após a lua de mel, assim como o senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) também foi em alguns cultos.
Comunicativo, Pedrão aproveitou a celebração do casamento de Eduardo e Heloísa para fazer um afago ao presidente: “Deus acima de tudo, e, hoje, Heloísa e Eduardo acima de todos”, afirmou, logo no início da cerimônia. Afeito à informalidade, Bolsonaro reagiu ao gracejo do pastor: “Boa!”.