O pastor Marco Feliciano (PSC-SP) votou pela suspensão das investigações contra Michel Temer (PMDB), assim como boa parte da bancada evangélica, e justificou sua decisão afirmando que se votasse pelo afastamento do presidente, as portas se abririam para a volta de Lula (PT) através de uma eleição indireta.
“Chorem mais, viúvas do PT”, afirmou Feliciano no título de sua publicação no Facebook. No texto, o deputado diz que a seu ver, “a direita brasileira inexiste”, pois não haveria demonstrações de convicção política.
“Que coerência há em conservadores cederem ao PT, PCdoB e PSOL? Os petistas explicaram em seus votos ontem: ‘Caia Temer pra que Lula volte!’”, argumentou, acrescentando que votar a favor da continuidade da investigação nesse momento seria o mesmo que ser a favor “da esquerda”.
Mais à frente, em sua justificativa, o pastor explica: “Não votei pelo arquivamento da denúncia! Esta continua de pé e em 01/01/2019 o Michel Temer volta a ser cidadão comum e investigado será”, pontuou, acrescentando que o afastamento do presidente não poria fim à algazarra promovida pela esquerda na sociedade, através de protestos: “Acreditam que cessaria a balbúrdia da esquerda? Acordem! Sangrarão o país até voltarem!”, garantiu.
Por fim, o pastor vê sua postura como de alguém “corajoso e conservador”, pois “o que diferencia um político de um estadista é que o primeiro sacrifica o futuro pelo aplauso do momento, o segundo sacrifica o momento pelo futuro”.
Imbróglio
Com a decisão da última quarta-feira, 02 de agosto, a Câmara dos Deputados não autorizou o Supremo Tribunal Federal (STF) a abrir a investigação contra Michel Temer enquanto ele for presidente da República.
O atual procurador-geral da República, Rodrigo Janot – em fim de mandato – deve apresentar nova denúncia contra Temer, por obstrução da Justiça e/ou organização criminosa ao STF, que novamente submeterá o caso à Câmara, como ordena a Constituição Federal de 1988.
Em caso de nova recusa dos deputados em investigar o presidente durante o exercício do mandato, em janeiro de 2019 Temer estará sem a prerrogativa de foro que o concede imunidade, e portanto, a denúncia do Ministério Público Federal contra ele poderá ser feita à Justiça na primeira instância.