Um cenário agudo de instabilidade social e política na Costa do Marfim vem sendo enfatizado pela Missão Portas Abertas como um alvo inadiável de oração da Igreja de Cristo. O fator de agravamento foi uma eleição que dividiu o país entre duas etnias.
A votação, realizada no dia 31 de outubro, ocorreu sob intensos protestos e casos de violência. A oposição ao presidente Alassane Ouattara rejeita a manobra feita pelo mandatário para concorrer a um terceiro mandato.
A entidade missionária destaca que a tensão é principalmente entre dois grupos étnicos: os dioulas, que são a favor do governo do atual presidente, e os agnis, que apoiam a oposição, conforme informações da Agence France Presse (AFP).
Os protestos se tornaram violentos no dia 16 de outubro, quando pessoas de diferentes grupos étnicos começaram a lutar com facões e muitas casas foram incendiadas. Duas pessoas morreram e dezenas ficaram feridas. Quatro dias depois, as estradas foram bloqueadas, com pneus e madeiras sendo queimados na capital Abidjan por jovens ativistas da oposição.
O governo divulgou um relatório dizendo que “a oposição não reconhece os resultados da eleição e decidiu criar um governo de transição, tendo como presidente o deputado Bédié”, e acrescentou que “o governo de transição atuará até que aconteçam novas eleições presidenciais, ainda sem data definida”.
Essa decisão aumentou a revolta na parte da população que apoia o governo, e agora os líderes da oposição estão sendo atacados em suas casas. A imprensa internacional relata que o estopim da crise política foi a morte, em julho último, do político apontado como sucessor de Ouattara, o primeiro-ministro Amadou Gon Coulibaly.
Havia no país a expectativa que Ouattara deixasse o cargo, mas ele se recusou a deixar a função sob o argumento de que a Constituição do país não o impedia de tentar uma nova reeleição. Além disso, o presidente também desqualificou 40 candidatos da oposição, o que tensionou ainda mais a disputa política.
Numa cidade chamada Toumodi foi registrado um dos crimes mais violentos até aqui desde que eclodiram os protestos: quatro membros de uma mesma família foram queimados vivos enquanto estavam em casa, um dia após a eleição. Um mercado próximo também foi completamente incendiado pelo mesmo grupo de manifestantes.
Intercessão
“Não há indicação de motivação religiosa para esses incidentes, mas uma maior instabilidade na Costa do Marfim seria muito prejudicial e criaria mais oportunidades para os jihadistas incitarem novos ataques aos cristãos”, diz a Missão Portas Abertas, que fez pedidos de oração específicos: “Ore para que a paz seja restaurada na Costa do Marfim; Interceda pelos cidadãos do país, para que haja verdadeira reconciliação e perdão nos corações; Clame para que Deus dê sabedoria aos líderes, para que cheguem a um acordo que vise o bem de toda a população”.