O ator José de Abreu, petista convicto, foi convocado para prestar depoimento na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Câmara dos Deputados que investiga os desvios de recursos destinados à produção de atividades culturais obtidos através da Lei Rouanet. Revoltado, culpou sua convocação à influência do pastor Silas Malafaia.
Zé de Abreu, como é popularmente tratado, discutiu publicamente através das redes sociais com o pastor Malafaia. De um lado, o líder evangélico criticou o desaparecimento de R$ 180 milhões que foram concedidos a produtores culturais, do outro, o artista, dizendo que Malafaia é fascista e que teria “um prazer quase sexual” de enfrentá-lo na Justiça.
Novamente nas redes sociais, Abreu reagiu intempestivamente quando soube que o requerimento feito pelo deputado Sóstenes Cavalcante (DEM-RJ) convocando-o para depor na CPI havia sido aprovado.
De acordo com o jornalista Severino Motta, da coluna Radar Online, no site da revista Veja, “Abreu rasgou o verbo nas redes sociais. Disse que não precisaria de convocação para ir à CPI, somente um convite e o envio de uma passagem Paris-Brasília, uma vez que, segundo postou, mora na capital francesa”.
Como Sóstenes é um apadrinhado político de Malafaia, “Abreu ainda disse que a convocação é uma armação do pastor e que será usada para ‘desmoralizar esse mito de que a Lei Rouanet é uma espécie de bolsa-família para artistas’”.
No entanto, o deputado afirmou que a ex-mulher do ator, Camila Mosquella, que propôs o projeto da turnê “Fala, Zé”, também poderá ser convocada. Esse projeto, iniciado em 2005, teve todos os recursos captados pela Petrobras e ainda hoje está com a prestação final de contas em aberto, onze anos depois.
“A CPI tem recursos para fazer uma investigação se necessário até na China, vamos convocá-lo sim! Se necessário tenho convicção que até a Polícia Federal vai buscá-lo, não vamos brincar de CPI”, rebateu Sóstenes Cavalcante.