O Carnaval em São Paulo virou alvo de um vereador paulistano, que resolveu pedir ao governador Geraldo Alckmin (PSDB) e ao prefeito Fernando Haddad (PT), que cancelem a festa de momo na capital por causa da crise de abastecimento de água.
De acordo com o vereador Gilberto Natalini (PV), a vinda de turistas para a cidade ameaça o sistema de abastecimento hídrico, que está bastante prejudicado devido à falta de chuvas no estado.
No pedido, Natalini diz que o consumo de água certamente vai aumentar na cidade durante os dias de Carnaval, o que pode levar ao colapso do Sistema Cantareira, principal conjunto de represas que abastece parte da cidade de São Paulo e outros municípios da Região Metropolitana.
Hoje, 26 de janeiro, o Cantareira armazena apenas 5,1% de sua capacidade, levando em consideração o segundo volume de água da reserva técnica, conhecida popularmente como volume morto.
O prefeito da cidade, no entanto, criticou a iniciativa de Gilberto Natalini, dizendo que o pedido era oportunismo político: “A própria imprensa fica dando curso para pessoas que querem mais aparecer do que ajudar a resolver. Acho que não vamos caminhar. A gente tem que ter um pouco de respeito com a população e não criar factoide, isso não vai ajudar. A situação é grave, todos estão acompanhando, todos têm expectativa que as autoridades competentes possam se unir em torno da solução do problema”, disse Haddad, sem oferecer alternativas.
De acordo com informações do G1, o vereador rebateu a fala do prefeito dizendo que a administração municipal não protegeu alguns dos principais mananciais da cidade e que a crise exige que ações extremas, como o cancelamento do carnaval, sejam tomadas.
“Eu não sou vereador de factoide. Tenho 45 anos de trabalho e de dedicação à minha cidade. O colapso da água é iminente. O prefeito não tomou nenhuma medida preventiva ou de precaução contra essa crise da água. Além de não tomar nenhuma medida concreta, ainda permitiu ocupações nas margens das represas Billings e Guarapiranga, atacando os mananciais de São Paulo […] A água vai acabar na cidade de São Paulo e na Grande São Paulo. Se não fosse acabar a água, eu não faria uma proposta dessa. É preciso tomar medidas duras”, rebateu.
O Carnaval é uma festa pagã surgida em meados do ano 600 a. C.. A Igreja Católica, já no século XI, criou a semana santa como forma de purgar os pecados cometidos pelos fiéis durante a festa. A semana santa é precedida por quarenta dias de jejum, que devem ter início na quarta-feira de cinzas, o primeiro dia após o encerramento dos festejos. No Brasil, país de maioria católica, os maiores carnavais são promovidos nas cidades do Rio de Janeiro, São Paulo, Salvador e Recife.