Falar sobre o aborto é algo delicado e difícil para a maioria das pessoas. Isso, porque, nas últimas décadas o tema vem sendo difundido de forma diversa, fora do seu real contexto, onde alguns grupos, como o movimento feminista, têm defendido a prática como um direito de saúde reprodutiva, desviando a sua problemática do campo ético relacionado à vida e à moralidade, inclusive religiosa.
Apesar dessas dificuldades, abordar o tema com equilíbrio e bom senso é necessário aos cristãos, tendo o Evangelho de Jesus Cristo como sua maior perspectiva. Esse foi o propósito de uma conferência com o tema “aborto”, onde esteve presente o teólogo, escritor e conferencista Augustus Nicodemus Lopes, ex-chanceler da Universidade Presbiteriana Marckenzie.
No evento foi discutido em quais circunstâncias um cristão poderia admitir a prática do aborto. Isto é, o assassinato de um bebê ainda no ventre materno. No Brasil, legalmente o aborto pode ser realizado apenas em três casos específicos, são eles: bebês com diagnóstico de anencefalia (má formação cerebral), estupro da mulher e risco de vida para a mãe.
Nicodemus explicou que no caso em que a vida da mãe corre risco, devido à gravidez, o aborto não deve ser considerado um erro. Ele ressalta que se trata de uma decisão difícil e “muito triste”, mas que moralmente a decisão nesses casos opta por um “mal menor”, favorecendo a vida da mulher, considerando que a vontade dela não era de abortar. Salvar a vida da mãe, portanto, se trata de uma decisão extrema.
“Quando esses casos existem (risco de morte), os cristãos não deveriam ter resistência”, disse Nicodemus. “Eu optaria pela vida da mãe”. O autor deixou evidente, no entanto, sua posição contrária ao aborto nos demais casos, como o de estupro.
“Qual a culpa da criança? Dá para adoção ou então ama a criança. Mesmo que tenha sido de uma relação indesejada, continua sendo um filho gerado dela”, disse ele. Assista o comentário completo no vídeo abaixo: