O aborto continua sendo uma ideia rejeitada pela maioria dos brasileiros, segundo apontou uma pesquisa do instituto Datafolha. No entanto, a doutrinação midiática pró-aborto fez com que o número de recuasse oito pontos percentuais, levando a um cenário inédito.
A pesquisa foi realizada em parceria do jornal Folha de S. Paulo e da TV Globo, com 8.433 entrevistados em 313 municípios do país entre os dias 20 e 21 de agosto. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.
Entre novembro de 2015 e agosto de 2018, o número de pessoas contrárias a mudanças na legislação vigente no Brasil recuou de 67% para 59%. “O recuo […] no índice dos que defendem manter as regras atuais não significa necessariamente que mais brasileiros estejam a favor de mudanças na lei visando a descriminalização do aborto”, destacou a Folha.
De acordo com o levantamento, o número de pessoas que defende a ampliação da permissão para abortar recuou de 16% para 13%, fora da margem de erro, portanto. O grupo que defende a legalização da interrupção da gravidez em qualquer situação oscilou de 11% para 14%, também fora da margem.
A maioria dos entrevistados, 58%, acredita que a mulher deve ser punida e ir para a cadeia por fazer um aborto. Em 2017, esse número era de 57%. Na nova pesquisa, o número de pessoas contrárias a qualquer punição à mulher que aborta recuou, somando 33%. No levantamento feito ano passado, 36% acreditava que não deveriam haver punições.
Atualmente, uma Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) apresentada pelo PSOL no Supremo Tribunal Federal (STF) pede que a prática do aborto até a 12ª semana deixe de ser crime, como está estipulado nos artigos 124 – que criminaliza a mulher (detenção de 1 a 3 anos) – e o 126 – que criminaliza quem provocar o aborto, incluindo profissionais de saúde (pena de 1 a 4 anos de reclusão) – da Constituição Federal.