Se por um lado a pandemia serviu de argumento para que autoridades proibissem a realização de cultos presenciais, por outro, a programação das igrejas com cultos online resultou em aumento da presença de fiéis nos templos após o fim das restrições.
Uma pesquisa realizada pela Sociedade Bíblica em parceria com a Ecclesiastical Insurance, através da entrevista de 1.000 líderes evangélicos, constatou que que 43% das igrejas relataram um aumento significativo na frequência, por causa do uso das plataformas digitais.
62% dos líderes afirmaram que planejam continuar transmitindo os cultos online, mesmo após o fim de todas as restrições da pandemia de covid-19, de acordo com informações do portal Christian Today.
A maioria dos responsáveis por congregações que foram entrevistados confirmou que usou canais digitais para manter o contato com seus membros após o surgimento da pandemia.
Dentre os softwares de teleconferência disponíveis, 93% utilizaram o Zoom para realizar cultos públicos e reuniões, 60% usaram o Facebook e 5% o YouTube. Apenas 1% utilizou o Microsoft Teams.
Michael Angell, diretor de operações de igrejas da Ecclesiastical Insurance, entende que “as igrejas são muito importantes para muitas pessoas, e manter esse senso de comunidade e união associado a isso tem sido uma tábua de salvação durante a pandemia”.
“Com as restrições que impedem as reuniões físicas e muitos experimentando isolamento, esses novos meios de manter contato com as congregações têm se mostrado extremamente populares”, acrescentou o diretor.
Investimento e retorno
A pesquisa também mostrou que o uso das ferramentas digitais demandou investimento financeiro de muitas igrejas, com mais da metade (56%) dizendo que adquiriu novos equipamentos para permitir a realização dos cultos online.
55% dos líderes afirmaram ter gasto mais de £ 500 (equivalente a R$ 3.556 na cotação atual) em equipamentos. 50% investiu em equipamentos de som, 52% investiu em câmeras, e 62% compraram equipamentos para transmissão ao vivo.
Para mais de 69% das igrejas, o investimento saiu de reservas existentes, enquanto 30% comprou por meio de doações.
O estudo verificou um salto tecnológico para muitos líderes, com 57% dizendo que precisaram de ajuda para configurar os aparelhos, e 73% afirmando que possuíam voluntários para ativar a programação online.
O reverendo Paul Seabrook, líder da Igreja de St Edmund’s, nos Estados Unidos, declarou que as ferramentas multimídia ajudaram a manter a congregação unida: “Os bloqueios foram incrivelmente desafiadores para muitas pessoas, e a impossibilidade de frequentar a igreja realmente afetou as pessoas dentro de nossa comunidade”, disse ele.
“Queríamos ter certeza de que eles ainda poderiam adorar a Deus e aprender juntos como temos feito desde antes da pandemia, e as transmissões online têm sido fantásticas para nos ajudar a fazer isso”, disse o líder.
“Certamente há mais esperança agora do que nesta época do ano passado e esperamos que o Senhor nos guie deste momento difícil para a liberdade e um novo começo”, finalizou.