Uma traficante morta em uma operação policial tem uma história de vida peculiar e triste: deixou a igreja evangélica para se aliar ao tráfico de drogas, trocando o microfone no ministério de louvor, pelo fuzil nos morros.
Rayane Nazareth Cardozo da Silveira, 21 anos, era conhecida como Hello Kitty, uma traficante procurada pela Polícia. Na última sexta-feira, 16 de julho, morreu em confronto com policiais do 7° Batalhão de Polícia Militar (BPM) de Alcântara e da 72ª DP de Mutuá, no Complexo do Salgueiro, em São Gonçalo (RJ).
Ainda jovem, a traficante fez o caminho inverso de muitos testemunhos no meio evangélico, deixando a igreja, onde costumava cantar, para se juntar ao tráfico e construir fama de debochada contra policiais e posar com armas para fotos nas redes sociais.
Circula em grupos de Whatsapp uma foto em que os dois momentos distintos da vida de Hello Kitty são vistos lado a lado: em uma, ela aparece de olhos fechados cantando numa igreja, e na outra, posa com um fuzil.
“Essa é a Hello Kitty na igreja, fazendo a obra do Senhor. Infelizmente, ela saiu da igreja e agora está no mundo fazendo a obra do mal”, diz um comentário feito por um usuário das redes sociais.
De acordo com informações do portal Último Segundo, Hello Kitty chegou a ser presa por tráfico de drogas e ainda tinha dois mandados de prisão preventiva por roubo. Sua ficha policial fazia parte de investigações em três delegacias, que também apuravam seu envolvimento com homicídios.
“Perigosa e audaz” eram adjetivos usados pela Polícia para descrever a jovem, que tinha até recompensa por informações que levassem à sua prisão.
No crime, atuava como braço direito de seu pai, Alessandro Luiz Vieira Moura, conhecido como Vinte Anos, também morto na operação da última sexta-feira. Os dois comandavam o tráfico no Salgueiro, uma das comunidades mais violentas da cidade na região metropolitana da capital fluminense.
Além da fama entre policiais, Hello Kitty também construiu reputação entre os criminosos, era figura constante nos bailes funk e chegou a ser homenageada em uma música chamada Tropa da Nova Grécia, cuja letra faz apologia ao tráfico e falava dos planos de sua facção para dominar territórios controlados por outros bandidos.