A programação para a votação do impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT) está definida por Eduardo Cunha (PMDB-RJ), integrante da bancada evangélica e presidente da Câmara dos Deputados. A definição se o processo é aberto ou não acontecerá no dia 17 de abril, um domingo.
Dessa maneira, é provável que a votação tenha audiência extrema nas emissoras de TV e rádio, além de permitir que os movimentos sociais que lutam pelo afastamento da presidente convoquem manifestações populares nas ruas de todo o país.
“Eduardo Cunha tomou pelo menos duas medidas para fazer o impeachment ser votado sob temperatura máxima. Primeiro, marcou a votação para 17 de abril, um domingo, o que poderá fazer lotar as ruas Brasil afora, além de Brasília, claro. Além disso, Cunha fará a chamada nominal dos deputados do Sul para o Norte, de modo que quando chegar nas áreas mais favoráveis ao governo o voto contra já será em torno de 75%”, informou o jornalista Lauro Jardim, de O Globo.
Na ferramenta interativa Mapa do Impeachment, criada pelo movimento Vem Pra Rua, o placar mostra que atualmente, 257 deputados já se posicionaram a favor do impeachment, enquanto 118 são contra e 138 estão indecisos. Já no Senado, são 35 os favoráveis, 25 os contrários e 21 os indecisos.
“Guerra”
Para tentar desestimular os indecisos a votarem pela cassação do mandato de Dilma Rousseff, o presidente do Partido dos Trabalhadores, Rui Falcão, convocou os militantes da legenda a se prepararem para um eventual conflito nas ruas.
“Queremos a paz, mas não tememos a guerra”, diz Falcão, em uma publicação em sua página no Facebook. “Vamos lutar e vamos defender o Estado Democrático de Direito […] Se eles acham que haverá estabilidade derrubando a Dilma, estão muito enganados. A estabilidade virá com o fim do impeachment, a possibilidade de o Brasil voltar a crescer”, escreveu.
A postura do presidente do PT denota disposição para confrontos, postura diametralmente oposta à da maioria da população, que foi às ruas pacificamente em todas as últimas manifestações, e se posiciona majoritariamente a favor do impeachment, de acordo com as pesquisas.