Damares Alves, ex-ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, esteve reunida com um grupo de mulheres evangélicas, a fim de discutir temas relacionados à pauta feminina, tal como a violência doméstica, algo que infelizmente também está presente no mundo cristão.
O jornalista Rudolfo Lago informou que o Congresso em Foco teve acesso à parte da reunião com a ex-ministra. Ele destacou que, diferentemente do que passa despercebido aos olhos de alguns, existe um identitarismo de gênero feminino na direita brasileira.
“Essa pauta é quase que solenemente ignorada na sua totalidade pelos líderes conservadores homens. Sejam eles líderes políticos, como o presidente Jair Bolsonaro, sejam eles líderes religiosos, como os pastores das igrejas evangélicas”, comunicou o jornalista.
Diferente da esquerda
As mulheres evangélicas que se reuniram com Damares, contudo, não apresentaram demandas ligadas à ideologia esquerdista. O identitarismo de gênero, neste caso, diz respeito a temas mais amplos relacionados, por exemplo, ao trabalho, oportunidades e violência doméstica.
“Como disse uma das líderes na conversa com Damares, elas queriam que os pastores, diante da denúncia de que um homem da comunidade religiosa bate na sua mulher, não apenas fizesse uma oração com ela”, informou o jornalista.
O objetivo foi pedir apoio para fazer com que os líderes religiosos tenham a consciência de que a violência não pode ser apenas espiritualizada, mas também tratada à luz do Código Penal e, portanto, denunciada.
Tratando o tema sob à perspectiva política, Damares Alves buscou defender ações do atual governo em prol das mulheres. Segundo a ex-ministra, muitas medidas que foram tomadas não tiveram a devida repercussão, e por isso são desconhecidas.
Para Rudolfo, o segmento feminino evangélico, identitário, é uma realidade que não pode ser ignorada, visto que reflete uma tendência social típica do Brasil, e um exemplo disso estaria na mobilização dessas mulheres evangélicas.
“A maioria da população brasileira se declara conservadora. Uma grande parte dela hoje já não tem a vergonha que tinha no passado de se declarar de direita”, conclui o jornalista.