Sandra Terena, com 37 anos de idade, é a síntese do que pode ser considerado inclusão e valorização das minorias no Brasil, especificamente dos povos indígenas. Formada em jornalismo, ela faz parte da etnia Terena e agora vai chefiar a Secretaria Nacional de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, ligada ao Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos.
Terena se tornou a primeira jornalista indígena do Brasil, em 2003. Ela faz parte de uma aldeia localizada no interior de São Paulo, fundada há 102 anos, e que teve como um dos pioneiros o seu avô.
Visando lutar em prol dos povos indígenas, Terena se formou em Comunicação Social pela Universidade Positivo e fez pós-graduação em Comunicação Audiovisual pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR). Não por acaso ganhou vários prêmios, como o “Jovem da Paz”, com o documentário “Quebrando o Silêncio”.
Nascida em Curitiba, onde foi morar junto com sua família, ela também é pioneira na criação de uma aldeia urbana, também na capital, a chamada Fundação Kakané Porã.
“Foi uma grande conquista. Passa um filme na minha cabeça quando lembro que toda essa comunidade vivia em situação irregular, insalubre, que tinha apenas um chuveiro frio para todos tomarem banho, no antigo Parque do toda uma comunidade mudou a sua história, percebo que valeu a pena cada minuto da nossa luta”, disse ela, segundo informações de O Diário.
Evangélica, a expectativa é que o olhar humanizado e segundo os princípios cristãos, os mesmos compartilhados pela ministra Damares Alves, que chefia a pasta da qual Terena está submetida, proporcione melhor acolhimento e desenvolvimento dos povos indígenas no Brasil.
A nomeação de Sandra Terena na gestão Bolsonaro também é um marco histórico, uma vez que ela é a primeira indígena a ocupar um cargo no governo federal, consolidando, assim, o perfil inclusivo e plural dessa administração.