O deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), líder de seu partido na Câmara e integrante da bancada evangélica, lançou sua candidatura para a presidência da Casa com discurso de valorizar a imagem dos parlamentares frente à população brasileira.
O discurso, considerado corporativista, veio acompanhado da promessa de lutar para que o salário dos deputados seja igual ao dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Atualmente, o salário que o STF paga aos ministros é de R$ 29,4 mil, e em breve, um aumento para R$ 35,9 mil deverá ser aprovado.
Eduardo Cunha ficou conhecido como maior articulador político da Câmara dos Deputados e no primeiro semestre deste ano ocupou manchetes por fazer oposição a ações do governo de Dilma Rousseff (PT), apesar de seu partido ser o principal aliado da presidente.
Por ser da bancada evangélica, Cunha já tem o apoio do PSC – partido do pastor Marco Feliciano -, e agora conseguiu do Solidariedade. Ambos foram oposição a Dilma nas últimas eleições e apoiaram Aécio Neves (PSDB) no segundo turno.
“Aconteça o que acontecer, a candidatura será levada a plenário em fevereiro de 2015. Com o PMDB na presidência, tivemos ganhos institucionais que garantiram a independência do Legislativo. Não defendo nem oposição nem submissão ao governo. Quero defender o direito de governabilidade do governo, mas serei respeitoso com a oposição, com o direito de obstruir. Nada mais do que isso, ninguém vai inventar a roda ou fazer bravata. Quero garantir melhores condições de trabalho para que nossos parlamentares possam exercer com dignidade [sua função] e perder a vergonha de dizer que é deputado fora daqui”, discursou Eduardo Cunha, segundo informações do jornal O Globo.
Apoio do PT
A princípio, o PT lançaria a candidatura de Arlindo Chinaglia para concorrer com Cunha, mas de acordo com informações do jornalista Felipe Patury, há correntes no partido que defendem o apoio ao membro da bancada evangélica.
“Nenhum deputado admite oficialmente, mas há uma negociação para que PT e PMDB façam um acordo para a eleição da nova mesa diretora da Câmara em fevereiro. O acordo passa pelo apoio dos petistas à eleição de Eduardo Cunha (PMDB-RJ), hoje líder do partido, e a ocupação da primeira vice-presidência por um nome do PT. O partido da presidente Dilma Rousseff gostaria de lançar um nome para disputar a eleição para a presidêndcia da Casa. Mas ainda não arregimentou forças políticas para isto”, escreveu Patury em sua coluna no site da revista Época.