A defesa do uso da Bíblia Sagrada em sala de aula como material para o Ensino Religioso é uma questão que, embora reconhecida como legal pelo Supremo Tribunal Federal (STF), causa polêmica entre quem não segue a fé cristã. Mas, essa polêmica pode ser elevada a um novo patamar com o projeto de lei que visa estimular o uso das Escrituras como registro científico, cultural e geográfico.
A iniciativa do deputado estadual Jeferson Rodrigues (PRB-GO) vem atraindo atenção por conta da abordagem inusitada: “Este projeto tem a finalidade de enriquecer o conhecimento dos alunos, pois os conhecimentos norteiam as atitudes humanas e até servem para consulta de cientistas, como exemplo de Galileu”, justificou o parlamentar.
Rodrigues, que também é pastor da Igreja Universal, destaca que sua proposta tem “cunho educacional e não religioso”, e que “a leitura bíblica proporcionará aos alunos fundamentos históricos”.
“Proibir a leitura bíblica nas escolas é uma intolerância que leva ao preconceito e um ato de discriminação. A Bíblia é um conjunto de livros (Escritura Sagrada), para muitos um livro religioso, porém o seu conteúdo é universal, científico, arqueológico, cultural, geográfico e histórico, a sua abrangência da escrita é fantástica [e] corresponde há um período de 1.600 (hum mil e seiscentos) anos”, continua o deputado, na justificativa do projeto.
Na web, blogs e páginas de ateus expressaram contrariedade com a iniciativa do deputado, mesmo que as características ressaltadas no projeto sejam verdadeiras. A falta de um detalhamento – ou apontamento de obras didáticas que avaliam tais características da Bíblia – pesa contra a proposta, afinal, o debate na sociedade atual é sempre superficial e pautado pelo raciocínio politicamente correto, mesmo que isso signifique um recuo na profundidade do conhecimento.