O deputado federal Benvenuto Daciolo (sem partido-RJ) fez um discurso no Plenário da Câmara dos Deputados convocando os cristãos do país a orarem entregando as autoridades nas mãos de Deus.
Sua conclamação para que os “governantes ímpios” sejam colocados nas mãos de Deus através de um clamor nacional é, expressamente, um anseio por justiça, já que o deputado menciona o sofrimento do povo em seu discurso.
“Quero convidar os nobres parlamentares, e a nação brasileira, para um grande clamor ao Senhor, no dia 30 de março, a partir das 17h00. Vamos clamar ao Senhor, colocar as autoridades, os governantes ímpios e sem discernimento na mão do Senhor. Eu estou falando da presidente Dilma, do vice-presidente Michel Temer, do [senador] Renan Calheiros, do [deputado federal] Eduardo Cunha, do [governador Luiz Fernando] Pezão, e muitos outros”, introduziu Daciolo.
Na sequência, o parlamentar – eleito em 2014 para seu primeiro mandato – referiu-se às autoridades “ímpias” como “aqueles que fazem o povo gemer, o oprimem”, e disse que os escândalos protagonizados por eles são resultado da falta de “temor ao Senhor”.
“Esqueceram que o fôlego de vida quem dá é Deus”, afirmou o deputado. “Com quem é a nossa luta? Estamos lutando com autoridades, com poderes… Nós estamos lutando contra os dominadores desse mundo de trevas, contra a força espiritual do mal, que veio pra matar, roubar e destruir. Mas eu quero dizer que o meu Deus é maior”, acrescentou.
Assista:
Ousadia
Essa não é a primeira vez que o deputado cabo Daciolo fala sobre colegas e autoridades de outros poderes. Em outubro de 2015, ele exortou o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, integrante da bancada evangélica, a mudar de postura.
“Ao presidente [da Câmara] Eduardo Cunha: o senhor não está sozinho. O senhor não está sozinho nesta lama de corrupção do nosso país. O senhor não está sozinho como um homem que diz ser evangélico, homem de Deus, envolvido com corrupção. E dizer também a alguns membros da bancada evangélica: vigiem, porque o nosso Deus não é Deus para ficar brincando, e nada está oculto aos olhos d’Ele”, afirmou, à época.
Posteriormente, em dezembro do ano passado, ele protocolou um pedido de impeachment do vice-presidente Michel Temer, mas o argumento não foi aceito.