A empolgação de um homem para o filme “Os Dez Mandamentos” atingiu um patamar inédito dentro do que se tem de registro na história do cinema nacional. Uma rede de cinemas de Recife (PE), informou que um único cliente desembolsou R$ 220 mil e adquiriu 22,7 mil ingressos.
A compra foi referente a todos os ingressos, de todas as sessões, em todos os horários do filme na rede da capital pernambucana. Um funcionário da empresa afirmou ao portal Uol que o comprador se identificou como alguém ligado à Igreja Universal, porém sem especificar se era um pastor ou um frequentador.
“Ele apenas disse que estava comprando os ingressos para distribuí-los”, disse o funcionário. “O comprador também não pediu segredo sobre a compra. Ela foi feita por telefone e foi preciso uma manhã inteira para imprimir de uma vez só os 22 mil ingressos. Nunca tinha visto algo do tipo”, acrescentou.
A notícia vai na direção da informação de que a Igreja Universal estaria pedindo ofertas aos fiéis mais abastados para que fossem comprados ingressos para os de menor poder aquisitivo. A denominação do bispo Edir Macedo entrou de forma incisiva na divulgação do filme, com a proposta de torna-lo a maior bilheteria do cinema nacional, batendo “Tropa de Elite 2”, que tem o recorde, com 11 milhões de espectadores.
Em sua matéria sobre o caso, o Uol destacou que a TV Record, produtora da novela que deu origem ao filme, pertence ao bispo Edir Macedo, e possui diversos pastores e bispos em seus cargos de direção.
“Parece que a Igreja Universal está trabalhando para transformar o filme em um sucesso logo na estreia”, comentou o funcionário da rede de cinemas.
De acordo com dados atualizados, mais de 2 milhões de ingressos foram vendidos antecipadamente. A estreia do filme acontece apenas na última quinta-feira do mês, dia 28 de janeiro.
A assessoria de imprensa da Igreja Universal se limitou a dizer que apoia, “juntamente com nossos grupos voluntários e de projetos beneficentes em todo Brasil, que o público em geral tenha a oportunidade de assistir ao filme […] de extrema qualidade, que trata os valores bíblicos com respeito além, é claro, de reproduzir com exatidão uma das histórias mais importantes da humanidade”.
Censura 12 anos
O filme não poderá ser visto por crianças com idade inferior a 12 anos, segundo determinação do Ministério da Justiça.
Para o Departamento de Justiça, Classificação, Títulos e Qualificação, o longa dirigido por Alexandre Avancini contém cenas de violência inadequadas para crianças abaixo dessa faixa etária. O trailer, no entanto, foi liberado para todos os públicos.