A revolução cultural pretendida pelos militantes do amplo espectro da esquerda continua sendo proposta e defendida de maneira agressiva pelos adeptos dessa ideologia política. Datas simbólicas que referem à família, como os dias dos Pais e Mães, vêm sendo alvo de propostas que, na prática, as eliminam.
Em Recife (PE), o vereador Ivan Moraes (PSOL) apresentou projeto de lei à Câmara Municipal da capital Pernambuco que extingue os dias dos Pais e Mães, e estabelece uma nova data, genérica, chamada “Dia de Quem Cuida de Mim”.
Com o pressuposto de tornar a comemoração inclusiva ao que ele define como “diversos formatos familiares”, o político recifense pretende impor a realidade de uma parcela minoritária a toda a sociedade, já que o projeto pretende impor essa mudança às escolas públicas e privadas.
Ivan Moraes diz, no texto do projeto, que “o conceito de família sofreu diversas alterações ao decorrer dos anos” e acusa a “celebração do Dia dos Pais ou do Dia das Mães em creches ou no ambiente escolar” de ser potencialmente “um dia traumático, angustiante e de sentimento de exclusão” para crianças que não pertençam a famílias tradicionais.
A extinção dos dias dos Pais e Mães, sob o pretexto de “abarcar um maior número de realidades e de arranjos familiares […] fazendo com que toda criança possa se sentir incluída na celebração”, coincide com a agenda progressista que vem sendo difundida em toda a sociedade, solapando valores tradicionais que contrastam com as ideologias de esquerda.
Recentemente, uma deputada potiguar do PT apresentou um projeto de lei que propõe o banimento do termo “marido e mulher” da certidão de casamento, para supostamente, tornar a celebração do matrimônio inclusiva para parceiros LGBT.
“De acordo com a vontade que acabam de declarar perante mim, eu, em nome da lei, declaro firmado o casamento”, sugere o PL 4004/21 de Natalia Bonavides (PT-RN). O projeto ainda não foi apreciado pelas comissões da Câmara dos Deputados.
‘Sociedade atomizada’
A despeito de todo ser humano ser concebido, necessariamente, de um pai e uma mãe, e de o casamento ser uma instituição bíblica, estabelecida no Ocidente através da herança de valores judaico-cristãos, os militantes progressistas atuam de forma permanente para romper com esse formato social.
“É uma afronta ao costume e à Constituição. Acho que há pouca chance de aprovação do projeto, mas a sua existência tem uma finalidade pedagógica: comprovar que a militância e seus representantes não estão em busca de direitos, como dizem, mas têm o objetivo claro de desconstruir a família e os papéis sociais”, avaliou o sociólogo Thiago Cortês.
“A agenda política do movimento LGBT é toda baseada no ataque sistemático à identidade humana tal como a conhecemos. O que os militantes pretendem é extinguir toda forma de identidade e, assim, destruir também os vínculos naturais da humanidade”, acrescentou Cortês.
O sociólogo cristão e conservador entende que se o progressismo estabelecer seus parâmetros à sociedade, não restará valores tradicionais para servirem de referência: “Sobrarão apenas ruínas de uma sociedade atomizada, onde ninguém tem identidade alguma e apenas o Estado poderá suprir a demanda por organização social”, alertou.