O deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ) não desistiu de sair candidato à presidência da Comissão de Direitos Humanos e Minorias (CDHM), mesmo com o acordo partidário que entregou a pasta ao PT.
A estratégia do parlamentar carioca é sair candidato de maneira avulsa, sem envolver seu partido, e assim, lançar um novo modelo de escolha para os presidentes das comissões. “Estou articulando a candidatura avulsa mesmo sabendo que vai ter complicação. Acho que podemos criar uma jurisprudência daqui para frente [na forma como são eleitos os presidentes de comissões na Câmara]. Aquele pessoal [do PT] não pode achar que eles recuperaram a comissão como um troféu para eles, que voltarão a fazer um trabalho porco como já fizeram antes”, declarou.
Bolsonaro diz que o sucesso de sua empreitada depende do voto da bancada evangélica, que teve seu apoio durante a gestão do pastor Marco Feliciano (PSC-SP): “Tenho conversado com os evangélicos para votarem, e vários deles vão votar em mim”, assegurou o parlamentar.
Caso realmente dispute a presidência da CDHM, Bolsonaro quebrará um acordo partidário que distribui as comissões entre os partidos com as maiores bancadas, deixando a indicação dos nomes que ocuparão os cargos a critério das legendas.
Este ano, para retirar a CDHM das mãos da bancada evangélica, o PT abriu mão de comissões de maior importância política, e caso Bolsonaro saia vencedor da disputa, o caso se tornará uma derrota emblemática para o partido do governo.
“Nós não poderíamos, de forma nenhuma, permitir que essa comissão [Direitos Humanos] ficasse em mãos erradas e se repetisse o constrangimento do ano passado”, enfatizou o líder do PT, deputado Vicentinho (SP), ex-presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT).
Os principais nomes do PT cotados para ocupar a presidência da CDHM são os deputados Nilmário Miranda (MG) e Assis do Couto (PR) e Erika Kokay (DF), aliada de Jean Wyllys na disputa contra Marco Feliciano.
Por Tiago Chagas, para o Gospel+