Há tempos, no meio evangélico, existem críticas ao bispo Edir Macedo pelo fato de sua principal empresa, a TV Record, não atuar como uma emissora evangélica e veicular programas com cenas de sexo, violência e até linguagem de baixo calão.
Essa postura adotada pela emissora tem anuência do fundador da Igreja Universal do Reino de Deus, e um diretor da própria empresa evidenciou isso durante uma palestra no evento Minas Gerais Audiovisual Expo.
“A Record tem um dono evangélico, mas não é evangélica”, afirmou Hiran Silveira, diretor de eventos especiais e coproduções da emissora, se referindo ao bispo Edir Macedo. No evento, Silveira anunciou que a empresa está aberta a receber novas propostas de produções, segundo informações do site Na TV, do portal iG.
O sucesso das minisséries e novelas bíblicas que a emissora produz voltou a suscitar as discussões sobre a empresa ser ou não evangélica. O blogueiro Carlos Alberto Rodrigues, autor do blog Cristão da Universal, analisou a questão do ponto de vista empresarial, e justificou a decisão tomada por Macedo em fazer a emissora apenas mais uma voltada ao público em geral.
“É uma TV comercial, e para se sustentar ela precisa da Fazenda, do Brito Jr., da Ana Hickmann, do Marcelo Resende e de todos os apresentadores e profissionais que lá trabalham. Esse pessoal aí é que atrai audiência, e a audiência chegando, os anunciantes também chegam junto, e com eles o dinheiro que sustenta os custos fixos da Record”, afirmou. “Ou vocês queriam que o dinheiro que sustenta a Record viesse da nossa igreja? Se isso acontecesse, aí sim seria um ‘Deus nos acuda’, um apedrejamento coletivo em cima da Igreja Universal”, acrescentou.
O ponto de vista do blogueiro, no entanto, ignora o fato de a emissora alugar para a Igreja Universal horários de sua grade de programação na madrugada a preços muito acima da média cobrada pelas concorrentes.
“Pode ter o que for, não me importo com o que passa ou o que deixa de passar na Record. Eu não me converti na Record, não foi a Record que me ensinou a palavra de salvação, não foi a Record que me levou ao novo nascimento, não foi na Record que eu me batizei nas águas, não foi na Record que eu me libertei. Foi na Igreja Universal”, argumentou Rodrigues.