Um projeto de doação de terrenos para a Igreja Católica na cidade de Itaberá, no interior de São Paulo, causou polêmica entre os cidadãos e fez pastores protestarem contra a proposta durante uma sessão da Câmara Municipal.
O responsável pelo projeto foi o prefeito José Benedito Garcia (DEM), que pretendia regularizar a nível municipal o acordo feito entre o Brasil e o Vaticano para cessão de áreas públicas à denominação.
Os pastores e boa parte dos munícipes consideraram o projeto uma espécie de favorecimento à Igreja Católica, pois não contempla as demais denominações ou religiões, além de não especificar quais áreas seriam doadas, nem o tamanho.
“Se o direito é de um, também tem que ser do outro. Favorável só à Igreja Católica não é certo”, disse o lavrador Francisco da Silva Oliveira em entrevista à TV TEM.
O pastor Márcio José Barbosa disse que a lei seria inconstitucional e na próxima reunião, vai propor que o projeto seja revisto: “Nós vamos propor o que a lei não propõe. Todos são iguais perante a lei e queremos ser tratados da mesma forma”, reclamou.
O presidente da Câmara de Itaberá, Pedro Geraldo de Novaes Macedo (PSD), aceitou um pedido de vista do projeto, o que resultou no adiamento da votação. O novo prazo, segundo ele, permitirá que as comissões façam uma nova avaliação e estudem as mudanças possíveis: “Depois, os vereadores devem se reunir com o prefeito para debater este assunto”, esclareceu.
A advogada Maria do Carmo dos Santos, representante da Igreja Católica na questão, disse que o projeto não prejudica as outras igrejas: “Esse acordo não favorece a Igreja Católica, inclusive as outras igrejas podem fazer tratados semelhantes”, argumentou. O taxista Sebastião Garcia Neto concordou: “Eu acho uma coisa boa, pois sou católico. Não está precisando de igreja, mas tendo um espacinho já está bom”.