O ex-goleiro do Flamengo, Bruno Fernandes, condenado a 22 anos e três meses de prisão pelo sequestro, morte e ocultação de cadáver de Eliza Samúdio concedeu uma entrevista ao jornalista Marcelo Rezende, da TV Record, e falou sobre sua vida após o crime.
A longa reportagem, exibida no Domingo Espetacular, apresentou a versão de Bruno sobre os fatos, e sua franqueza ao admitir que sabia da morte da mãe de seu filho, Bruninho.
Durante a conversa, Bruno disse que não mandou matar a modelo, mas afirmou que no momento que Macarrão voltou apenas com seu filho e as roupas de Eliza, sabia que ela havia sido assassinada.
Bruno falou sobre Deus e a Bíblia quando respondia a uma pergunta de Marcelo Rezende sobre sua tentativa de suicídio no presídio. Ele afirmou que ficou isolado numa cela solitária por dez meses e frisou que um preso comum, é mantido nesse local por apenas 15 dias, e que isso o fez considerar o suicídio.
“Primeiramente, pedi perdão a Deus… Eu peguei o lençol e amarrei o lençol na janela, e me joguei. Eu fiquei pendurado ali mais ou menos, uns dez a quinze segundos e arrebentou a corda. Aí eu caí, peguei uma Bíblia, e poxa… ‘Eu não posso fazer isso. Como é que eu posso dizer que sou temente a Deus fazendo uma coisa dessa?’ Mas isso [foi] logo no início [do período na cadeia]”, disse Bruno.
Para o ex-goleiro, essa experiência é uma oportunidade de crescer e aprender: “Vou dar a volta por cima, ter uma outra cabeça, ter outra mentalidade. Hoje eu posso pensar no futuro melhor, pensar no recomeço… Porque dizem que todo começo e recomeço é difícil, e eu concordo. Meu começo não foi fácil. Mas o recomeço é melhor do que o começo, porque no recomeço, você sabe onde você vai pisar, quem você vai colocar na sua casa, vai dar amor e valorizar à sua família”.
A reportagem foi veiculada no Dia dos Pais, e o jornalista perguntou a Bruno o que ele diria para seu filho se estivesse com ele: “Se ele estivesse aqui, do meu lado, eu ia ao menos poder abraçá-lo e pedir perdão. Mas com certeza, eu vou… Esse momento, um dia há de chegar, e eu preciso só de uma oportunidade, pra eu olhar nos olhos dele, e independente do que aconteceu, [que ele] me perdoe, e que eu possa abraçá-lo, que eu possa dizer que eu o amo”.
Bruno disse ainda que não sequestrou a modelo, pois ela tinha liberdade para entrar e sair, e depois, embora soubesse que Eliza havia sido morta, reforçou que não ordenou o assassinato: “Eu não mandei matar a Eliza. Isso vai morrer assim. Eu vou morrer assim. Eu não mandei matar a Eliza. Isso eu afirmo. Agora [se me perguntarem]: ‘você sabia?’ Eu sabia”.
Trabalhando na prisão em troca da redução de pena, o goleiro diz que acredita que terá a chance de recomeçar: “Eu vou dar a volta por cima. Eu acredito nisso”, garantiu.
Por Tiago Chagas, para o Gospel+