A sociedade moderna é feita de avanços e mudanças sociais complexas e profundas, mas também possui uma certa homogeneização, onde conceitos começam a tornar-se universais, o que nem sempre é bom.
A polêmica lei da palmada, que visa a proibição de castigos físicos impostos por pais a filhos, causou muita preocupação entre cristãos, que orientados pela Bíblia, adotam a correção com castigos físicos em determinadas situações.
Para esclarecer o tema, o pastor Silas Malafaia publicou um artigo explicando o que é o castigo “com vara” apresentado no livro de Provérbios 23:13. “É evidente que, mesmo quando um filho tem condições de entender a correção que está recebendo, os pais não devem aplicar castigos despropositados nem exagerados. Em texto algum da Bíblia é recomendado aos pais infligir abusos físicos, emocionais ou morais aos filhos. Não é isso que é fustigar com a vara. Nenhum pai ou mãe tem o direito de espancar seu filho, de tirar-lhe a comida, promover humilhações morais etc. Isso não é disciplinar, é abusar física e emocionalmente da criança, traumatizando-a; é uma prova de desequilíbrio dos pais, e, de acordo com as leis civis, eles podem até perder a guarda do filho, se for comprovado o abuso/a violência doméstica”, instruiu o pastor.
Segundo Malafaia, “disciplinar um filho é mais do que corrigir um mau comportamento dele, substituindo o errado pelo certo”. A correção na educação de uma criança, de acordo com o pastor, passa pelo ensinamento completo sobre os motivos de certas coisas serem certas ou erradas: “Implica levá-lo à reflexão sobre seus atos e ao arrependimento sincero. A finalidade da disciplina é não apenas ensinar a criança a obedecer aos pais e às autoridades; é permitir que ela assimile valores e princípios éticos e morais, entendendo que estes são fundamentais a uma vida plena e saudável e a relacionamentos construtivos. A arma mais poderosa da educação é o amor dos pais pelos filhos. Existem gestos, olhares e atitudes que os pais podem usar para demonstrar ao filho que não estão gostando do que ele está fazendo e impor-lhe limites. Na maioria dos casos, basta uma conversa. Somente em alguns momentos extremos, precisarão usar a amorosa correção física, punindo o mau comportamento do filho, pois, se não o fizerem, a ‘vida’ o fará”, advertiu o líder da Assembleia de Deus Vitória em Cristo (ADVEC).
“A disciplina, é claro, deve ser apropriada a cada fase em que o filho se encontra. Mas, qualquer que seja a idade dele, não convém gritar, fazer gestos obscenos ou bater boca com ele, para que não se torne uma pessoa nervosa, violenta e/ou briguenta”, explicou o pastor, demonstrando o nível de responsabilidade dos pais para com eventuais consequências de suas atitudes durante a infância dos filhos.
As “babás eletrônicas”, um dos artifícios mais usados atualmente pelos pais que trabalham fora, são vistas com cautela pelo pastor: “Os pais devem evitar deixar seus filhos muito tempo em frente à televisão ou totalmente entregues aos cuidados de outrem, para que eles não se sintam menosprezados pela falta de atenção e diálogo com os pais. É preciso que os progenitores reservem um tempo diário para dar mais atenção à sua prole e conversar com ela. Caso contrário, a televisão, as revistas, a Internet, os jogos de videogame e os amigos exercerão maior influência sobre as crianças do que os pais e seus valores positivos”, disse Malafaia.
O artigo é concluído com uma série de alertas sobre causas e consequências que devem ser evitadas na educação das crianças: “Pais ausentes geram filhos insubmissos. Pais desequilibrados geram filhos depressivos. Pais descrentes geram filhos desviados. Pais altivos geram filhos sem limites. Pais violentos geram filhos agressivos. Pais inconstantes geram filhos superficiais. Pais irresponsáveis geram filhos desordeiros”.
Por Tiago Chagas, para o Gospel+