O pré-candidato Republicano à presidência dos Estados Unidos Donald Trump abandonou de vez qualquer referência a um tom politicamente correto e afirmou que, se for eleito, mandará de volta todos os imigrantes sírios que chegarem ao país.
A afirmação foi feita durante um comício na cidade de Keene, no estado de New Hampshire. “Ouvi dizer que queremos receber cerca de 200 mil refugiados sírios. Mas eles poderiam, escute, poderiam ser do Estado Islâmico”, afirmou.
Trump, que é um empresário bilionário de orientação política ultraconservadora resolveu adotar um discurso frontalmente oposto à maioria de seus adversários dentro do próprio Partido Republicano e, principalmente, no concorrente Partido Democrata.
“Estou avisando as pessoas que estão chegando aqui da Síria como parte desta migração em massa que, se eu ganhar, eles serão enviados de volta”, disse, afirmando que a seu ponto de vista, eles poderiam integrar um exército terrorista disfarçado a serviço dos extremistas muçulmanos.
“Eles podem ser integrantes do Estado Islâmico. Não sei. Vocês já viram uma imigração como essa? São todos homens, e todos parecem fortes. Há muitos homens, mais que mulheres. E me pergunto: por que não estão lutando para salvar a Síria? Por que estão emigrando para toda Europa?”, questionou, de acordo com informações da Veja.
Aprofundando seu raciocínio, Trump apontou que os imigrantes estão entrando na Europa e em outros países ocidentais “sem ser identificados”, e sem que nenhuma autoridade tenha maiores informações sobre suas origens, posturas políticas e ideológicas: “As táticas militares são muito interessantes. Este poderia ser um dos maiores estratagemas de todos os tempos. Um exército de 200 mil homens, talvez. É uma possibilidade. Não sei se é assim, mas seria possível”, teorizou.
O atual governo dos Estados Unidos, comandado por Barack Obama, pretende receber em 2016 um total de 85 mil refugiados, entre eles 10 mil sírios, conforme anunciado no mês passado pelo secretário de Estado, John Kerry.
Na Europa, estima-se que ao menos 500 mil pessoas cruzaram o Mar Mediterrâneo a partir da Líbia, rumo à Europa, em fuga da guerra civil na Síria e em outras regiões do Oriente Médio.