O cantor Thalles Roberto participou do programa Encontro com Fátima Bernardes na última quinta-feira (13), e falou sobre seu passado de dependência química, sobre seu novo projeto musical e também sobre o exemplo que as pessoas com grande visibilidade na mídia precisam dar.
O assunto girava em torno do caso em que o juiz João Carlos de Souza Correa foi parado numa blitz da Lei Seca e não portava a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) e o carro estava sem placas. Na operação, o juiz se desentendeu com a agente de trânsito depois que ouviu dela que ele não era “deus”, apesar de sua profissão. Na Justiça, o juiz terminou por receber uma indenização de R$ 5 mil por danos morais.
“É muito difícil ser referência para as pessoas. Eu não sou perfeito. Mas as pessoas te acompanham, ouvem o que você fala e é muito difícil dar exemplo. Eu, por exemplo, não tenho carteira de moto, mas comprei esses dias uma moto para mim. Quando fui sair de casa, a minha esposa me falou: ‘Amor, você não pode andar de moto sem habilitação para isso. Precisar dar exemplo’. Então eu estou há algum tempo com ela na garagem, esperando”, relatou o cantor, que destacou sua grande influência nas redes sociais.
Por outro lado, Thalles Roberto afirmou que é imprescindível que as pessoas aprendam a valorizar os bons exemplos, independentemente de quem os dá: “Nós temos que ser reconhecidos pelo exemplo que nós damos e não pela nossa profissão, ou pela carteira [que usamos]”, ponderou.
Além de participar do debate promovido pela apresentadora, o cantor também cantou no programa, abrindo sua participação com a música “Arde Outra Vez”, e comentou sobre a iniciativa que teve de doar uma parte das vendas de seu novo álbum, “Id3”, para o projeto social-missionário MCM.
“O meu primeiro disco explodiu, foi um sucesso, incrível. A gente vendeu, um projeto ao vivo em estúdio, mais de um milhão de cópias. E eu tinha tanto problema, financeiro, tive [um período como] dependente químico… Então, eu torrava tudo com drogas, loucura. E o meu disco passado [Sejam Cheios do Espírito Santo), eu passei resolvendo meus problemas do passado, e fazendo uns investimentos, coisas da minha família, que a gente não tinha. Esse projeto novo, ‘Id3’, era o meu projeto da independência financeira. ‘Agora vou vender muito, e ficar tranquilo’. E eu fiquei sabendo de uma história de meninas no Nepal, que com seis anos de idade são vendidas pelos pais para serem escravas sexuais. Quando eu ouvi essa história, um sininho tocou na minha cabeça e disse ‘você vai dar a renda do seu CD e do seu DVD’. Esse dinheiro é usado para comprar essas meninas. É um projeto chamado MCM. Eles compram as meninas, tiram elas da escravidão, e dão uma vida de criança [a elas]. Eu falei: ‘mas esse projeto, é a minha liberdade’. E a gente abriu mão de vender o disco e ficar com a grana pra gente pra ajudar a melhorar a vida dessas meninas. Imagina uma menina de seis anos… Tem meninas de sete a oito anos, que são estupradas 20 vezes por dia, e com nove anos estão se submetendo a cirurgias de reconstrução vaginal para serem revendidas como virgens. Então é uma honra poder [saber] que cada disco que vende, meninas vão ser salvas”, relatou Thalles.