Policiais do Gate invadiram o apartamento onde Lindembergue Alves, de 22 anos, mantinha Eloá, de 15, refém desde às 13h30 de segunda-feira. A invasão aconteceu às 18h08 desta sexta. Lindembergue foi preso e levado por um carro da Polícia Militar ao 6ºDP, na Vila Marrey. Eloá foi baleada na cabeça, está em estado grave e foi levada a um hospital. Nayara foi baleada no rosto e não corre risco de morte. Ainda não há informações sobre quem teria feito os disparos. As duas foram levadas à Santa Casa de Misericórdia de Santo André. Houve um forte barulho de explosão quando a polícia invadiu o apartamento.
Fonte: Estadão
O Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate) da Polícia Militar (PM) invadiu por volta das 18h05 desta sexta-feira (17) o apartamento onde Lindemberg Alves, de 22 anos, mantinha duas jovens reféns em Santo André, no ABC.
Pouco depois das 18h, enquanto era organizada uma coletiva de imprensa na região, foi ouvido um estrondo. Policiais subiram até o apartamento e uma escada foi colocada em uma das janelas, por onde entrou um policial. A primeira pessoa a deixar o local foi a amiga da ex-namorada, que saiu andando ao lado de um policial.
Logo depois, a ex-namorada do seqüestrador desceu carregada por um policial e recebeu os primeiros atendimentos de um médico ainda no local. Ela foi colocada em uma maca e levada para uma ambulância que estava estacionada junto ao prédio.
Lindemberg desceu as escadas logo depois escoltado por três policiais do Gate. Ele foi colocado em um carro da PM e rapidamente retirado do local. Às 18h25, o jovem estava no 6° Distrito Policial de Santo André. Ainda não há informações sobre o estado de saúde das adolescentes, que foram encaminhadas para o pronto-socorro municipal de Santo André.
Negociação
A ação da PM ocorreu após o promotor de Justiça Augusto Rossini chegar ao local e apresentar um documento que garantia a integridade física dos envolvidos no caso. Segundo Eduardo Lopes, advogado de Lindemberg, a presença do promotor foi uma exigência do rapaz.
O jovem e a ex-namorada estavam trancados no apartamento da família dela desde as 13h30 de segunda-feira (13), quando Lindemberg invadiu o local, inconformado com o fim do namoro. Uma outra jovem de 15 anos, amiga da ex-namorada do rapaz, e dois garotos também chegaram a ser mantidos reféns.
Os dois garotos foram liberados ainda na noite de segunda. A adolescente, que foi liberada na terça-feira (14), voltou ao local na na manhã de quinta (16) como parte da estratégia de negociação. Ela permaneceu no local até que o rapaz se entregasse.
A volta dela ao apartamento, que foi criticada por parentes, será motivo de investigação, já que o Conselho Tutelar afirma que a medida da PM fere o Estatuto da Criança e do Adolescente. A PM nega e diz que ela não foi feita refém novamente e poderia sair do local quando quisesse.
Durante todo o tempo, Lindemberg estava com duas armas e munição. Ele chegou a usar um dos revólveres e atirou de uma janela do apartamento. A polícia informou que ele fez quatro disparos em dias diferentes.
Ciúmes
De acordo com o relato de parentes e da polícia, o rapaz invadiu o apartamento no Jardim Santo André motivado por ciúmes. Um dos adolescentes que também foi feito refém disse que o homem chegou nervoso ao local. “Ele disse que ela [ex-namorada] ferrou com a vida dele, porque ele terminou, mas ela não quis voltar. Disse que ficou um mês atrás dela e que se não ficasse com ele, não iria ficar com mais ninguém.”
Na tarde de quarta-feira (15), Alves afirmou, em entrevista por telefone ao SPTV, que pretendia liberar a adolescente de 15 anos, mas tinha intenção de avisar quando isso aconteceria. “Não precisa avisar. Porque eu liberei três pessoas e não aconteceu nada demais. Por que vou mudar de plano? Não vou dar hora, nem momento. Vai acontecer e pronto”, disse ele, por telefone.
Alves, que se mudou da Paraíba para a capital com a família ainda pequeno, contou que tentou conversar com a jovem, mas “ela sempre virava as costas e me deixava falando”, afirmou. Ele foi descrito por vizinhos do conjunto habitacional onde também mora, no Jardim Santo André, como uma pessoa ciumenta, garantiu que “não queria voltar” com a ex-namorada. “Eu tinha deixado bem claro para a família dela. Não queria voltar; só ter uma conversa e ela não aceitava”.
Fim do namoro
A promotora de eventos Suellen Dafne Padiar, de 18 anos, amiga das vítimas que acompanhou de perto o drama das meninas em frente ao prédio, descreveu o jovem como uma pessoa “possessiva e ciumenta”. Segundo ela, a briga, ocorrida há um mês e meio, foi motivada por ciúmes.
“Ela [a refém] adicionou um amigo da escola no Orkut e ele ficou com ciúmes”, contou. Suellen afirmou que o jovem quis terminar o relacionamento, como sempre fazia depois das discussões. “Ele sempre terminava, brigava por nada”, disse.
Fonte: G1