Um pastor batista assassinado há pouco mais de um ano pelo amante de sua esposa, a pedido dela, está sendo acusado de cometer abusos em seu casamento. A viúva admitiu seu envolvimento no crime e revelou detalhes da intimidade do casal em uma entrevista recente.
Kristie Evans, 48 anos, era casada com o pastor David Charles Evans, que dirigia a Igreja Batista Harmony Freewill em Oklahoma. Ela se declarou culpada de pedir que seu amante o matasse e agora veio a público para apontar suas motivações.
A viúva apresentou sua confissão de culpa no Tribunal do Condado de Pontotoc na semana passada. A audiência de condenação está marcada para o próximo mês de agosto.
A advogada de Kristie, Joi Miskel, afirmou que sua cliente poderá ser condenada à prisão perpétua e também tem consciência “que deve haver responsabilidade por suas ações e ela está preparada para cumprir qualquer sentença que for proferida”.
“Ao mesmo tempo, ela quer que o tribunal e o público saibam as razões por trás de suas ações”, acrescentou a advogada, explicando que a cliente “pelo menos agora tem algum controle e diz em sua vida que ela não tinha antes – por mais distorcido que isso possa soar”.
Vida dupla
O Departamento de Investigação do Estado de Oklahoma informou que os policiais atenderam a um chamado na madrugada do dia 22 de março de 2021 e encontraram o pastor Evans, 50 anos, gravemente ferido, e sua esposa, que também estava na casa, ilesa.
Mais tarde, os socorristas o declararam morto no local. Durante as investigações, descobriu-se que Evans frequentava casas de swing e sua viúva confessou ter tramado seu assassinato com um homem com quem ela passou três noites enquanto o marido estava no México em uma viagem missionária.
O homem acusado de matar o pastor foi identificado como Kahlil Deamie Square, de 26 anos. Seu advogado disse que seu cliente está se declarando inocente da acusação de assassinato, de acordo com informações do portal The Christian Post.
Kristie disse aos investigadores que ela e seu marido levavam uma vida secreta, frequentando casas de swing, e encontraram Square para fazer sexo em um motel “em mais de uma ocasião”, meses antes de seu marido ser morto.
“Em uma dessas ocasiões, Kristie secretamente deixou seu número de telefone no chão para Kahlil”, disse um investigador, com base no exame de documentos apreendidos. “Kristie continuou a se comunicar por telefone diariamente com Kahlil sem o conhecimento” do marido.
Ela teria pedido que ele matasse seu marido e até lhe forneceu uma arma e balas. Ela também teria deixado a porta dos fundos de sua casa aberta na noite de seu assassinato. Em uma entrevista recente à emissora NBC News na prisão, Kristie alegou que seu marido abusou dela por anos e foi quem a pressionou a fazer sexo com outros homens.
Os abusos
Os jornalistas da emissora tiveram acesso a mensagens privadas no Facebook que duraram quatro anos entre o falecido pastor e sua esposa. Nas conversas, o pastor pressionava sua esposa a se envolver em atos sexuais com outros homens.
A certa altura, diante da recusa de sua esposa, o pastor a ofendeu chamando-a de “vadia frígida”. Questionada sobre esse contexto, a viúva afirmou que Evans era um controlador financeiro e abusador físico de maneiras que não deixaram marcas.
Ela alegou que eles estavam planejando o divórcio e que um mês antes de seu marido ser morto, ele apontou uma arma para o queixo enquanto ela falava com a filha pelo telefone. A viúva avalia que esse gesto foi uma tática para controlar a forma como ela discutia a separação.
Logo após o assassinato no ano passado, o presidente da Igreja Batista Harmony Freewill (onde Evans era pastor), Mike Wade, disse que ele havia deixado três filhos adultos, era um pastor motivado que faria qualquer coisa que pudesse por seu ministério e pela igreja.
“Ele sempre foi um cara muito extrovertido. Ele sempre tinha um sorriso no rosto, sempre cuidando das necessidades dos outros”, resumiu.
A mãe do pastor, inconformada com o assassinato do filho, disse que a nora “poderia ter ido para uma nova cidade ou um abrigo para mulheres espancadas” ao invés de encomendar a morte do marido.