O terrorismo imposto pelo Estado Islâmico na Síria tem, agora, uma lista de imposições aos cristãos de uma área invadida. Os jihadistas querem que os fiéis em Cristo sigam uma espécie de “11 mandamentos”.
Além do pagamento de impostos exclusivo para não-muçulmanos, os terroristas estabeleceram o que chamaram de “contrato de segurança” para que os fiéis não mortos indiscriminadamente.
Na lista de exigências, está a proibição da organização de cultos, organização de igrejas, exibição de cruzes e oração/cântico em voz alta (para que os muçulmanos não ouçam as preces). O documento diz que os cristãos não devem evangelizar muçulmanos, não vender carne de porco ou vinho para os muçulmanos, não portar armas e não se vestir de forma elegante.
O Observatório Sírio para os Direitos Humanos afirmou que os cristãos da cidade de Qaryatian receberam as ordens de Abu Bakr al_Baghdadi, que seria o principal líder do Estado Islâmico.
O ativista assírio-americano Nahren Anweya afirmou que a intenção dos terroristas é fazer com que, ao longo do tempo, a fé cristã sejam suprimida no Iraque e na Síria, países onde eles já dominam diversas cidades e vilarejos.
“Toda nossa terra ancestral foi completamente tomada e agora eles nem sequer nos permitem sustentar nossa fé em um só Deus e em seu filho, Jesus Cristo”, disse o ativista, em entrevista ao International Business Times. “Temos sido purgados de Mosul, Nínive, Khabour, Hassaka, Qaryatian e muito mais pátrias assírias ancestrais. Eles levaram nossas pátrias nativas, as nossas meninas, nossas igrejas e agora eles querem as poucas vidas que nos restam”, lamentou.
De acordo com um levantamento da organização International Christian Concern (ICC), restam, aproximadamente, apenas 250 cristãos ortodoxos em al Quaryatayn.
Esses “mandamentos” dos terroristas foram emitidos em diversas outras cidades que estão sob seu domínio, como Raqqa, segundo informações do Christian Post. Cristãos que conseguiram fugir dessa cidade dão conta de que não ficou nenhum seguidor de Jesus Cristo para trás, e que portanto, o Estado Islâmico conseguiu erradicar a fé cristã dessa cidade.
“A campanha dos extremistas para estabelecer seu Estado Islâmico e expulsar o cristianismo da Síria continua ampliando o sofrimento e provocando o deslocamento de milhares de cristãos, e mais de 12 milhões de sírios. Não haverá paz estável e duradoura na Síria até que os cidadãos de todas as religiões possam ser capazes de viver juntos, com todos os direitos protegidos”, disse Todd Daniels, representante do ICC no Oriente Médio.