O homicida e racista responsável pela morte de nove pessoas na Igreja Metodista Episcopal Emmanuel, em Charleston, Carolina do Sul (EUA), Dylann Roof, foi indiciado pela Procuradoria do Estado e poderá ser condenado à pena de morte.
A procuradora Scarlet Wilson emitiu um comunicado onde diz que “este foi o último crime [de Roof] e a Justiça de nosso Estado pode sentenciá-lo ao castigo final”. No total, ele enfrenta nove acusações estaduais por homicídio.
Algumas das famílias das vítimas não concordaram com o pedido de pena de morte para o atirador – que tinha motivação racista quando cometeu o crime – e um dos advogados que as representam explicou:
“De modo geral, o motivo pelo qual essas pessoas estão envolvidas, é porque elas estavam em uma igreja, em uma noite de quarta-feira, para o estudo da Bíblia […] Eles não são cristãos apenas aos domingos. Eles são cristãos integralmente. Eles acreditam na santidade da vida. Eles acreditam no perdão. […] Então o fato deles não serem os defensores da pena de morte não é nenhuma surpresa”, disse Andy Savage.
Segundo informações da emissora CBC, a procuradora se disse ciente da reprovação à pena de morte por algumas das famílias das vítimas, mas destacou que o desejo de perdoar o criminoso não anula as consequências de seus atos.
“Nós todos concordamos que o perdão pode ser uma parte importante do processo de cura, mas sei que o perdão não significa, necessariamente, abrir mão das consequências”, afirmou Scarlett Wilson, que prometeu apresentar provas sobre o bom estado mental de Roof e registros de sua adolescência criminosa e sua falta de arrependimento por seus atos.
Os advogados que fazem a defesa de Roof não comentaram as declarações da procuradora e nem o pedido de pena de morte. O jovem atirador poderá, ainda, enfrentar acusações na esfera federal pelos mesmos crimes, o que pode resultar na peculiar condenação a 18 sentenças de morte.