O Estado Islâmico vinha trabalhando num plano de atentado terrorista ao carnaval no Brasil, segundo denúncia do Ministério Público após prisão de simpatizantes do grupo terrorista em território nacional.
A informação foi descoberta durante a investigação sobre alguns dos presos sob acusação de promover o Estado Islâmico no Brasil com propósitos terroristas. O Ministério Público Federal (MPF) apontou como evidências algumas instruções para fabricação de explosivos encontradas no celular de Wellington Moreira de Carvalho.
De acordo com informações do jornal O Estado de S. Paulo, há também troca de mensagens entre Jonatan da Silva Barbosa e Brian Alvarado – um peruano que não está entre os acusados – em que eles debatem um atentado durante o carnaval.
No diálogo, há a sugestão da parte do peruano de que se faça no Rio de Janeiro uma ação similar à feita em Londres, em 2017, em que os terroristas atropelaram e esfaquearam pedestres em uma ponte, matando oito pessoas e ferindo outras 48. Em resposta, Barbosa argumenta que o alvo deve ser a cidade de Salvador (BA), onde há “mais pessoas” nos festejos de rua.
O trabalho de investigação do terrorismo no Brasil interceptou, também, uma conversa entre Carvalho e Kleiton França Nogueira, um dos 11 réus, em que eles consideram sequestrar turistas para barganhar a troca por presos da Al-Qaeda.
Pelo que se apurou até agora pela força-tarefa contra terrorismo, Welington Moreira da Carvalho tem ligação com mussalas (salas de oração islâmicas) cariocas, enquanto Nogueira é de Jacarepaguá, bairro na zona oeste do Rio de Janeiro.
Na denúncia apresentada à Justiça pelo procurador Divino Donizette da Silva, o MPF fez a transcrição das conversas e anexou prints de tela com as trocas de mensagens entre os acusados.