O alfaiate Santino Gonçalves Filho, responsável pela confecção do terno que o presidente usará na cerimônia de posse na próxima terça-feira, 01 de janeiro de 2019, revelou detalhes da aproximação com Jair Bolsonaro (PSL) e da peça que o eleito usará na ocasião. Evangélico, Gonçalves Filho conta que vê a situação como sua grande “oportunidade”.
Dono de um ateliê em Duque de Caxias (RJ), o alfaiate foi apresentado a Bolsonaro por um amigo, mas revelou que o encontro poderia não ter saído como planejado, já que o presidente eleito não lembrava da amizade com o interlocutor, o cabeleireiro Maxwell Gerbatim, que teve contato com Bolsonaro no início da década de 1990.
“O presidente confundiu o Max com outro Max e conseguimos entrar [na casa de Bolsonaro, no Rio de Janeiro]. Chegou lá, ele não lembrava do Max. Mas, como já estávamos lá dentro, fomos desenrolando”, disse Gonçalves Filho, que vê uma ação sobrenatural para que ele pudesse conhecer o presidente: “Foi, graças a Deus, um encontro que não foi bem planejado, mas Deus abençoou e conseguimos chegar lá”.
Para não passar por aproveitador, o alfaite então fez uma oferta ao presidente: doou o terno da diplomação e o da posse ao presidente: “Na realidade, doei dois [ternos], quinze camisas e dez gravatas. Precisava que ele conhecesse meu trabalho e visse a diferença do que é feito sob medida e o que é comprado pronto. Ele conseguiu ver essa diferença”, afirmou Gonçalves Filho ao portal Uol.
A oferta foi bem recebida e, depois de pronto, o presidente eleito aprovou o trabalho: “[Bolsonaro] falou que nunca tinha vestido um terno tão alinhado como esse”, disse o alfaiate, que inseriu uma pequena faixa verde e amarela ao lado da casa de um dos botões no terno da posse, de tom azul escuro, assim como em uma das mangas da camisa.
A repercussão entre os filhos de Bolsonaro foi positiva, e agora Gonçalves Filho afirma ter sido convidado pelo presidente para ser seu “alfaiate exclusivo”. “Hoje pela manhã entreguei um terno ao senador [eleito] Flávio Bolsonaro. Ficou ótimo”, contou o alfaiate no último sábado, 29 de dezembro.
No entanto, a exclusividade não durou muito tempo, já que amigos do presidente também encomendaram ternos com o alfaiate, como por exemplo, o deputado federal eleito Helio Negão (PSL) e o general Augusto Heleno, futuro ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional. “Me sinto honrado. Saí de uma comunidade, trabalhando, sempre querendo fazer o melhor. Essa é a oportunidade de vida de um alfaiate”, finalizou.