A figura do empresário Marcos Magalhães, 42 anos, não é de todo desconhecida no meio evangélico brasileiro. Criador da marca de refrigerante Leão de Judá Cola, ele garante que vai derrubar a Coca-Cola.
De acordo com Magalhães, o começo do negócio coincidiu com uma fase de mudança em sua vida pessoal: “Tive um distanciamento de minha fé. Estava mais voltado para o dinheiro […] Era viciado em sexo — isso dentro do casamento é uma bênção, mas fora é uma maldição. Minha mente era poluída, eu era escravo desses desejos. Deus me livrou e eu me tornei limpo”, afirmou o empresário, em entrevista ao Uol.
De acordo com o fiel da Igreja Universal, Deus foi quem ofereceu a ideia, e o marketing da empresa fica por conta do Espírito Santo: “Eu pesei a Coca-Cola na balança e encontrei-a em débito comigo. Vai e substitua a Coca-Cola no Brasil e no mundo”, teria dito Deus a Magalhães, que garante: “Quem me dá estratégia é o Espírito Santo. Ele é meu marqueteiro. Ele que fala pra mim: ‘Faz assim, fala assim’”.
A ideia é apostar no crescimento populacional dos evangélicos em todo o Brasil para poder crescer no mercado, e posteriormente, dominá-lo: “Estamos colocando via igrejas evangélicas, que estão nomeando membros para implantação de distribuidoras Leão de Judá na Grande São Paulo”, afirmou o baiano de Bom Jesus da Lapa, que mira no maior centro de consumo do país.
A meta agora é ter 7 mil revendedores no Brasil inteiro, com a produção e a distribuição da bebida terceirizada por fábricas regionais, que já produzem para outras marcas populares: “São 150 [fábricas de refrigerante] catalogadas. Fora as de feijão, macarrão, bolacha, arroz, sucos…”, enumera.
Para vender o Leão de Judá, segundo o empresário, “é preciso ter um carro e dois vendedores, que vão atender entre 36 e 50 clientes por dia, com uma rota semanal de 180 clientes e um ticket médio [valor médio em compras] de R$ 300 por cliente”.
O plano de negócio foi feito pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE), e o retorno do investimento de quem topar o negócio deverá acontecer rapidamente, com o faturamento atingindo, em um ano, a faixa de R$ 360 mil por mês, com lucro líquido em torno de 10%.
“Quem tem medo de morrer não vai para a guerra. Sou brasileiro, baiano, descendente de índios, portugueses e escravos. Não vou aceitar que meu país seja explorado pelas grandes corporações”, resume o empresário.