Os jogadores cristãos do Guarani Futebol Clube, de Campinas (SP), que atualmente disputa o Campeonato Brasileiro da Série C, pediram para a diretoria do time retirar a figura do índio caboclo do uniforme do time.
O clube, que é apelidado de bugre (denominação dada a indígenas de diversos grupos do Brasil por serem considerados não cristãos pelos europeus colonizadores) mantinha a figura em seu uniforme como uma espécie de padroeiro, desde as rodadas iniciais do Campeonato, a pedido de seu presidente, Álvaro Negrão.
No entanto, o Guarani – que já foi campeão brasileiro em 1978 e montou times memoráveis – coleciona insucessos no futebol nos últimos anos, além de muitas dívidas.
A fase infeliz levou os atletas católicos e evangélicos do time pedirem à direção a remoção da figura, pois ela remete às crenças umbandista e espírita.
“Para uns, incomoda. Para outros, não. O evangélico não acredita na imagem, é insignificante. O católico já acha que é um símbolo do candomblé. O que nos foi passado é que é um símbolo do Guarani. O pedido dos jogadores foi para tirar. Eles iam se sentir mais confortáveis para atuar. Isso foi atendido. Estamos fazendo de tudo para que os jogadores fiquem confortáveis”, afirmou um dirigente do Guarani Futebol Clube.
De acordo com o site Globo Esporte, enquanto o time manteve a figura do índio caboclo no uniforme, conseguiu apenas uma vitória, contra duas derrotas e três empates, o que deixou o Guarani entre os últimos colocados no Campeonato.
As questões religiosas dentro do futebol constantemente causam polêmica. A nível internacional, a Federação Internacional de Futebol Associado (FIFA) orienta que sejam evitadas manifestações de fé e/ou política durante os jogos, a fim de evitar atritos.
No Brasil, a existência de um grupo de jogadores evangélicos na Seleção que disputou a Copa do Mundo de 2010, na África do Sul, sob o comando de Dunga, também foi amplamente criticada por setores da imprensa.