A discussão sobre a correlação entre fé e política é algo que permeia o debate público há gerações. Apesar de muitos ainda acharem um tema controverso, a maioria dos evangélicos, por exemplo, entende que essa pauta não deve ser estranha, mas sim debatida.
Essa foi a conclusão de um levantamento feito pelo instituto Datafolha. O órgão fez uma pesquisa entre terça-feira (30) e quinta-feira (1), obtendo, entre outros resultados, a informação de que entre os evangélicos, 67% dizem que fé e política devem ter uma relação.
Outro dado importante é que 60% dos eleitores, em geral, acreditam que a defesa dos valores da família é mais importante do que apresentar propostas econômicas. No total, foram 5.734 eleitores entrevistados em 285 municípios do Brasil.
Influência evangélica
A pesquisa Datafolha reforça uma tendência marcante entre o eleitorado evangélico no Brasil, que é a preocupação envolvendo fé e política. Isso sem se refletido nas eleições dos últimos anos.
Em 2010, por exemplo, a ex-candidata à Presidência da República, Marina Silva, que atualmente apoia o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, obteve quase 20 milhões de votos no 1° turno daquele ano, surpreendendo o país.
O eleitorado evangélico foi apontado como o principal responsável pela ascensão da então presidenciável. Em 2014, apesar da queda, os números também foram influentes, até que em 2018 houve a eleição do atual presidente, Jair Messias Bolsonaro, também alavancada pelos evangélicos.
Cientes disso, os candidatos atualmente investem pesado no segmento religioso, com a população evangélica, composta por pelo menos 30% da população, sendo o grande alvo.
Isso demonstra que a relação entre fé e política para a população brasileira tem sido cada vez mais comum e debatida, incluindo o envolvimento de lideranças nacionais de grande influência, entre pastores, bispos e padres.
Entre tais lideranças está o pastor Hernandes Dias Lopes, da Primeira Igreja Presbiteriana de Vitória, que comentou sobre o tema em uma entrevista para o Guiame. “Nós somos a favor da valorização do casamento, de verdades absolutas, somos contra o aborto e contra a relativização dos costumes”, disse ele.
“Quem é cristão crê em princípios e essa é a bandeira que nós temos que levantar como Igreja, exercendo voz profética”, concluiu o pastor.