O Partido dos Trabalhadores (PT) está sendo acusado de usar a máquina pública da prefeitura de São Paulo para retaliar um adversário político por uma desavença.
A sede da igreja Bola de Neve em São Paulo foi fechada pela prefeitura na tarde desta quarta-feira, 09 de outubro, depois que o vereador Eduardo Tuma (PSDB) retirou de votação o projeto que previa aumento do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) para o ano de 2014.
Eduardo Tuma é uma das lideranças da Bola de Neve em São Paulo e preside a Comissão de Constituição e Justiça da Câmara Municipal da cidade. Além de retirar de pauta o projeto de aumento do IPTU, Tuma pediu vistas ao projeto de revisão do Plano Diretor da capital.
“Vemos aqui que temos a mais velha prática do chavismo ou do Regime Absolutista, onde ninguém pode discordar de um déspota. Fui vítima de retaliação. Até o evento que eu vou fazer na igreja com três mil famílias no sábado, e que já havia sido autorizado pela Prefeitura, agora foi proibido”, queixou-se o vereador, de acordo com informações de Diego Zanchetta, colunista do jornal O Estado de S. Paulo.
O PSDB pretende entrar com uma representação ao prefeito da cidade, Fernando Haddad (PT) como reação à postura adotada pela administração municipal: “Isso é um escândalo. É uma prática ditatorial como nunca vimos nesta cidade”, disse Floriano Pesaro, líder do PSDB na Câmara Municipal.
Segundo o líder do PT no legislativo, vereador Alfredinho, a igreja foi lacrada por uma operação de rotina: “Já conversei com o João [Antonio, secretário de Relações Governamentais] e não aconteceu nada disso. Era uma fiscalização que já estava programada. Ele fez uma suposição que não tem como provar. O governo jamais faria isso”, afirmou.
O vereador Eduardo Tuma, que é o líder da Frente Parlamentar Cristã da Câmara, que reúne 17 dos 55 vereadores, recebeu apoio de outros líderes evangélicos ligados à base de apoio a Fernando Haddad. Os colegas demonstraram indignação com o fechamento da sede da Bola de Neve. Entre os vereadores que questionaram a postura da prefeitura, está David Soares (DEM), filho do missionário R. R. Soares.
A Prefeitura declarou em nota oficial que “repudia as insinuações de que as atividades de fiscalização possam sofrer interferências políticas”, e acrescentou que a templo da igreja era alvo de ação fiscal desde 2012.
Por Tiago Chagas, para o Gospel+