O tema que aparentemente é bem resolvido no entendimento da absoluta maioria dos evangélicos, para alguns parece não ser tão simples assim. Afinal, é comum encontrar evangélicos que “pulam” o carnaval? Esse foi o foco de uma reportagem publicada pelo portal UOL no último dia 23 de janeiro.
A matéria destacou exemplos de pessoas que se converteram ao evangelho de Cristo, mas continuam frequentando as festividades do carnaval. Alguns alegam a profissão como motivo, enquanto outros a diversão. Anderson Paz, de 44 anos, foi o primeiro exemplo em destaque na matéria do UOL, que teve como título tendencioso: “Evangélicos lutam pela tradição do Carnaval e contra intolerância religiosa”.
Após se converter cinco anos atrás, Anderson abandonou o carnaval, mas apenas por um ano. Segundo ele, isso ocorreu por falta de conhecimento e “tradicionalismo”:
“Na época, não tinha muito conhecimento e fui influenciado por pessoas mais tradicionalistas. Mas foi um colega meu da igreja que me convenceu a voltar. Afinal, cantar samba é meu ganha-pão e não influi nada na minha forma de lidar com o mundo e com a minha espiritualidade”, disse ele, que atualmente é o intérprete oficial da escola Inocentes de Belford Roxo.
Jana Carla, de 52 anos, 30 de conversão, mas que é presidente da ala das baianas da azul e branca, na Portela, apresentou um argumento semelhante ao de Anderson Paz:
“Sair da Portela foi como me afastar da minha família. Deus é supremo, mas eu tenho a escola como meu trabalho e minha diversão”, justificou ela.
Evangélicos no carnaval – O que Jesus faria em seu lugar?
Na maioria das vezes que temos dúvidas ou insegurança acerca do que devemos, podemos ou não fazer, uma fórmula muito simples de raciocínio ajuda eliminar quase de imediato nossas incertezas. Ela se tornará ainda mais eficaz se você conhecer, com profundidade, como viveu e o que ensinou Jesus Cristo e seus discípulos.
O que Jesus faria no seu lugar? Essa é a “fórmula”.
Cristo andou e esteve em vários contextos. Seu primeiro milagre, por exemplo, ocorreu numa festa de casamento, onde transformou água em vinho. Ele comeu à mesa de pecadores. Esteve entre os mais repudiados da sociedade em sua época. Mas, o que Cristo fazia nesses lugares?
O que observamos, segundo a Bíblia, é que Jesus Cristo em momento algum contribuiu para que coisas capazes de afastar o ser humano de Deus fossem incentivadas, direta ou indiretamente. Em todos os ambientes onde Cristo esteve, houve transformação. Sua “mera” presença não era sinônimo de concordância, mas de salvação e por vezes de confronto.
Havia sempre um propósito na presença de Cristo em algum lugar, maior do que o simples fato de estar cumprindo um dever ou de se divertir, e os resultados disso estão registrados na Bíblia como milagres e salvação dos pecadores pela anunciação do Reino de Deus.
Diante desse conhecimento, o cristão que, por definição, é quem segue os passos de Jesus Cristo, deve sempre se questionar acerca do que faz, no sentido de saber se é algo que contribui ou não com o Reino de Deus. Quem nos ajuda a compreender melhor isso é o Apóstolo Paulo, como está escrito:
“Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas me convêm: todas as coisas me são lícitas, mas eu não me deixarei dominar por nenhuma delas”. I Coríntios cap. 06 vs 12.
A relação de conveniência e licitude para o cristão comprometido com Jesus Cristo
Na passagem citada acima, o Apóstolo Paulo nos coloca diante da responsabilidade de saber utilizar nossa liberdade em Cristo de forma correta. Saber que nem tudo o que podemos fazer é legal é um exemplo disso.
Podemos ir a um certo ambiente, mas nossa estadia ali pode nos trazer graves consequências se o objetivo for outro, senão o de ser “luz do mundo e sal da terra”. E o que reflete isso são os frutos que produzimos onde estamos. Se são frutos que ajudam conduzir pessoas para Deus ou para o inferno.
Diante disso, fica fácil achar a resposta da nossa fórmula para a questão do carnaval. Pense nas consequências da sua ação e lembre dos frutos produzidos por Cristo por onde ele passava. Será que se Jesus estivesse em seu lugar, ele iria ao carnaval para “trabalhar”, se “divertir” ou para salvar vidas?
De Cristo, já sabemos a resposta. Ela está na Bíblia. Resta saber se você tem certeza da sua.