A liberdade religiosa está seriamente ameaçada por conta da imposição de um conceito politicamente correto que privilegia minorias. Um evangelista cristão foi multado, após ser preso, por anunciar que “só Jesus salva”.
Em julho passado, Michael Overd, 52 anos, pregava nas ruas de Bristol, Inglattera, na companhia do norte-americano Michael Stockwell, 50 anos, sobre a visão bíblica de que a Salvação só pode ser alcançada através de Jesus. Um grupo de pessoas, que incluía muçulmanos, protestou, e os evangelistas foram detidos à força pela Polícia.
Overd é um pregador conhecido da Polícia e do sistema judiciário da Inglaterra. Em 2014, ele foi preso e multado por pregar que, à luz da Bíblia, a homossexualidade é pecado. Ele foi condenado em primeira instância a indenizar um homossexual que se ofendeu, mas recorreu e terminou absolvido em dezembro de 2015.
De acordo com informações da BBC, Overd e Stockwell passaram a debater com as pessoas que protestavam contra sua pregação, e no meio da discussão, disseram que Alá “não existia”, e que por adorar um falso deus, todos os muçulmanos iriam “queimar no inferno”. A linguagem contundente fez com que os insatisfeitos acionassem a Polícia.
Na delegacia, todos os envolvidos prestaram depoimento e as autoridades decidiram que deveria ser instaurado um processo contra os pregadores cristãos. O Tribunal de Bristol julgou o caso essa semana e sentenciou os evangelistas ao pagamento de uma multa de 300 libras esterlinas cada (aproximadamente R$ 1.200). Como foram condenados, terão de arcar com os custos judiciais, que somam £ 3.372 (R$12.600).
O promotor que fez as acusações contra a dupla, Ian Jackson, afirmou durante o julgamento que o conteúdo da mensagem era “islamofóbico” e “homofóbico”, e que os evangelistas jamais poderia dizer que “Jesus é o único caminho para Deus”, pois isso “não pode ser verdade”.
A defesa dos evangelistas foi feita pela ONG International Christian Concern, através do advogado Michael Phillips, que considerou a acusação “um julgamento moderno de heresia – disfarçado de um caso de ordem pública”. A estratégia da entidade é recorrer da sentença.
Andrea Williams, do Centro Legal Cristão, criticou o tribunal por afirmar na sentença que a citação da Bíblia em uma pregação caracteriza “discurso de ódio”: “A Bíblia e seus ensinamentos são o alicerce de nossa sociedade e proporcionam muitas das liberdades e proteções que ainda desfrutamos hoje”, frisou.