O pastor e deputado federal, Marco Feliciano (Podemos-SP), utilizou a sua conta oficial no Twitter na última sexta-feira (8) para disparar algumas críticas contra o governo Bolsonaro, alertar sobre a “esquerda profissional” e cobrar mais diálogo com a Bancada Evangélica no Congresso.
Se dirigindo ao presidente e a dois dos seus filhos, Carlos e Eduardo Bolsonaro, Feliciano alertou para a falta de comunicação no governo, insinuando que a equipe administrativa do Planalto parece estar deixando a soberba afastá-los da sua base de apoio original.
“Vcs não pediram minha opinião mas deixo aqui humildemente a mesma”, escreveu Feliciano. “A comunicação está péssima. O ego daqueles que vcs elegeram está tão inflado que só enxergam seus umbigos. Alguns ministros estão deslumbrados com os holofotes”.
O pastor então destaca que a falta de articulação com a base de apoio, como a Bancada Evangélica, pode custar caro ao governo, especialmente devido a pouca experiência dos políticos de primeiro mandato e à falta de conhecimento para lidar com a esquerda.
“Amigos, a esquerda é profissional e me perdoem, somos amadores (sim me incluo pq essa briga começou comigo em 2013 na CDHM) Ou vcs criam um grupo política e intelectualmente preparados ou todos dias irão sangrar”, disse Feliciano.
“Quando o governo resolve governar sozinho, se torna um gigante com pés de barros. O que adianta ter a estrutura que tem se o alicerce é frágil? O presidente tem que cimentar os pés. E isso se faz chamando as bancadas para conversar”, destacou.
“Só dialoga com os militares e com os filhos”
Outro nome de peso na base de apoio ao presidente Jair Bolsonaro é o deputado Sóstenes Cavalcante (DEM-RJ). Ele disse que a Bancada Evangélica no Congresso jamais irá “sabotar o governo”, mas explicou que se não houver comunicação, o governo poderá ficar isolado.
“A bancada [evangélica] nunca teve espaço, mas agora está pior. Ele [Bolsonaro] só dialoga com os militares e com os filhos.”, criticou Sóstenes.
No âmbito das pautas morais, a Bancada Evangélica mantém seu apoio ao presidente Bolsonaro, mas se o Planalto continuar ignorando a contribuição dos evangélicos para seu governo, esse apoio não será o mesmo nas questões de ordem econômica.
“Matérias como a da Previdência, sem diálogo, ninguém coloca o dedo”, garantiu Sóstenes, segundo informações do Estadão.