O deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ) se desentendeu com a colega Maria do Rosário (PT-RS), ex-ministra da Secretaria dos Direitos Humanos no governo Dilma Rousseff (PT), e afirmou que não a estupraria porque ela “não merece”.
Conhecido por suas falas polêmicas, Bolsonaro reagiu de forma intempestiva às declarações da deputada sobre a ditadura militar no Brasil. Segundo Rosário, o regime ditatorial foi uma “vergonha absoluta”.
A parlamentar acrescentou ainda que “homens e mulheres (…) se colocaram de joelhos diante dela [da ditadura] para servirem ao interesse da tortura, da morte, ao interesse de fazer o desaparecimento forçado, o sequestro”. Os discursos foram feitos no contexto da comemoração do Dia Internacional dos Direitos Humanos, que acontece nesta quarta-feira, 10 de dezembro.
Como Bolsonaro é militar da reserva, reagiu ao discurso de Maria do Rosário afirmando que no Brasil, a data comemorativa dos Direitos Humanos deveria se chamar “Dia Internacional da Vagabundagem”.
“Os direitos humanos no Brasil só defendem bandidos, estupradores, marginais, sequestradores e até corruptos”, afirmou Bolsonaro.
O deputado carioca afirmou que Maria do Rosário o havia chamado de estuprador, e respondeu a acusação dizendo que não cometeria um abuso contra ela pois ela não merecia isso: “Fica aí, Maria do Rosário, fica. Há poucos dias, tu me chamou de estuprador, no Salão Verde, e eu falei que não ia estuprar você porque você não merece. Fica aqui pra ouvir”, disse, visivelmente exaltado.
Ao final, ainda teceu críticas à presidente Dilma Rousseff, que durante os anos de militância contra a ditadura, teve proximidade com crimes: “A Maria do Rosário saiu daqui agora correndo. Por que não falou da sua chefe, Dilma Rousseff, cujo primeiro marido sequestrou um avião e foi para Cuba, participou da execução do major alemão? O segundo marido confessou publicamente que expropriava bancos, roubava bancos, pegava armas em quartéis e assaltava caminhões de carga na Baixada Fluminense. Por que não fala isso?”, questionou.
Feliciano
Após a repercussão do discurso de Bolsonaro, o pastor Marco Feliciano (PSC-SP) defendeu o colega, dizendo que ele não havia feito ofensas ou ataques a Maria do Rosário: “Eles estavam chamando o deputado Bolsonaro de estuprador, e ele disse que mesmo que fosse não estupraria a deputada. É preciso restabelecer a verdade, ele não disse que era um estuprador”, frisou.