Os filhos de Flordelis Flávio e Lucas foram indiciados pela Polícia Civil por homicídio qualificado, sendo apontados como autores do crime que tirou a vida do pai, pastor Anderson do Carmo. O inquérito agora está com o Ministério Público.
O encerramento deste primeiro inquérito ocorre quase dois meses depois da morte de Anderson, que foi baleado múltiplas vezes na madrugada do dia 16 de junho, um domingo, na garagem de sua casa, em Pendotiba (RJ).
Na última quarta-feira, 14 de agosto, a delegada Bárbara Lomba, titular da Delegacia de Homicídios de Niterói, São Gonçalo e Itaboraí (DHNSG) informou que o inquérito foi desmembrado e repassado para o MP, que decidirá se deve denunciar Flávio dos Santos Rodrigues, 38 anos, e Lucas Cezar dos Santos de Souza, 18, à Justiça.
Caso não denunciem os dois, os procuradores podem pedir o prosseguimento da investigação ou ainda arquivar o caso, segundo informações do Estadão Conteúdo.
Bárbara Lomba também pediu à Justiça a prisão temporária dos dois indiciados, que estão presos preventivamente desde 17 de junho na própria DHNSG. Como o inquérito foi desmembrado, a Polícia Civil agora segue tentando desvendar se houve coautoria do crime, e tem, inclusive, autorização do Supremo Tribunal Federal (STF) para investigar a viúva, pastora e deputada federal Flordelis (PSD-RJ).
Quando a autorização de investigação contra Flordelis foi dada pelo STF, a defesa da pastora afirmou que por conta da decisão do ministro Luís Roberto Barroso no dia 01 de agosto, se fazia necessário esclarecer que a defesa nunca solicitou ou reivindicou a prerrogativa de não ser investigada pela Polícia Civil do Rio de Janeiro e pela Justiça.
“O STF foi provocado pelo Ministério Público, porque a lei assim exige”, pontua a nota da assessoria. “A decisão não surpreendeu a deputada Flordelis, porque ela tem conhecimento [de] que a prerrogativa só seria aplicada se o crime investigado tivesse ocorrido em razão do mandato dela”, acrescentava o texto na ocasião.
A nota enfatizava ainda que, antes da decisão tomada pelo STF, Flordelis colocou-se à disposição da Polícia Civil em todos os momentos em que foi solicitada e que tem todo interesse na elucidação do caso: “Ela precisa saber quem foram os autores do crime e as razões que tiveram. Só depois disso ela terá paz”.
Anderson do Carmo, 42 anos, estava casado com Flordelis desde 1994 e tinha um filho biológico com a pastora, e havia adotado dezenas, totalizando 55 filhos, incluindo os dois indiciados, Flávio dos Santos Rodrigues, que era fruto de um relacionamento anterior de sua esposa, e Lucas Cezar dos Santos de Souza.
Juntos, Anderson e Flordelis comandavam uma igreja pentecostal. Ele foi executado na garagem da casa da família após chegar de um jantar com a esposa. No dia seguinte, após seu sepultamento, a Polícia prendeu dois filhos do casal, que teriam confessado o crime.